O deputado federal Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), presidente da CPI do MST, ironizou a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) durante a reunião da comissão desta última quinta-feira (3) questionando se a parlamentar queria “um hambúrguer” ou “um remédio” para se acalmar. “A senhora está nervosa, deputada? Quer um remédio? Ou quer um hambúrguer?”, disse Zucco durante a discussão.
Em nota, o deputado federal, através de sua assessoria, afirmou que desde o início da CPI tem sido “alvo de ataques e ofensas de baixo nível por parte da base governista”, principalmente por Sâmia Bomfim. Leia a nota completa abaixo.
Diz ainda que Sâmia e outras parlamentares “desempenham papel de destaque neste esforço de interromper os trabalhos, de fazer provocações baixas e desrespeitosas com seus colegas para, no final, posarem de vítimas das apenas pelo fato de serem mulheres”. De acordo com Zucco, Sâmia teria falado algo relativo à saúde de um irmão do deputado, que faz tratamento contra um câncer.
A fala foi feita durante o depoimento de José Rainha, líder da FNL (Frente Nacional de Lutas Campo e Cidades), depois de o relator da CPI, Ricardo Salles (PL-SP), apresentar um vídeo de Rainha pedindo votos a Sâmia Bomfim. Ao g1, a deputada lamentou a fala de Zucco. “Essa é a conduta do presidente e do relator desde o início dos trabalhos da CPI do MST, tanto no espaço do Parlamento como nas redes”, disse.
“Isso só corrobora com a desmoralização dessa comissão que, em vez de criminalizar o movimento como eles pretendiam, só tem acumulado episódios de abuso de autoridade e violência política de gênero. Por esse crime, aliás, ambos já respondem a inquérito na PGR e esse fato novo será aditado aos autos”.
As deputadas Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Talíria Petrone (PSOL-RJ), além de Sâmia, reagiram à fala de Zucco, considerando-a misógina e afirmando que o ataque era violência política contra mulheres. Nas redes sociais, deputados federais como Guilherme Boulos (PSOL-SP), Natália Benevides (PT-RN) e Ana Pimentel (PT-MG) repudiaram a fala, caracterizando-a como “machista” e “gordofóbica”. Após a fala, Zucco afirmou que pediria a retirada da frase das notas taquigráficas da CPI. G1