O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, sinalizou que vai mais ouvir do que falar em encontro com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, na noite desta quarta-feira (18). Fux vai ouvir o que tem para dizer o representante do Palácio do Planalto, mas vai dizer pouco. A reunião acontece depois que o presidente Jair Bolsonaro prometeu apresentar no Senado pedidos de impeachment dos ministros Alexandre Moraes e Luís Roberto Barroso.
A avaliação no STF é que Ciro tenta apaziguar a relação. Mas a desconfiança de ministros da Corte é sobre a disposição do próprio Bolsonaro em, de fato, melhor esse ambiente institucional. Recentemente, o próprio Fux desmarcou a reunião com presidentes dos poderes depois de ataques feitos por Bolsonaro aos ministros da Corte.
Já o encontro no STF com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a ideia é deixar claro o bom diálogo com o Congresso. Foi bem recebida na Corte a declaração de Pacheco nesta terça-feira (18) de que não é recomendável para o Brasil a análise do impeachment de ministros do Supremo. Para um integrante do STF, a sinalização foi vista como um “freio institucional importante”.
No Senado, a resposta para essa escalada do presidente Jair Bolsonaro será dada na tramitação da indicação do nome de André Mendonça, ex-AGU, para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal. Apesar da boa impressão causada por Mendonça entre senadores, o nome dele ainda não foi encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça.
“O prazo para análise do nome de André Mendoça será dado pelo próprio presidente Bolsonaro. Enquanto ele continuar com essa tensão institucional, não temos como dar prosseguimento por aqui. Esse é um consenso no Senado”, disse ao Blog um senador da cúpula do Legislativo. Por Gerson Camarotti