O presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, desembargador Thompson Flores, teve uma reunião na segunda (15) com a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia. Eles discutiram sobre a segurança durante o julgamento do ex-presidente Lula no TRF-4, marcado para acontecer no dia 24, em Porto Alegre.

 

O teor da conversa não foi revelado e eles não conversaram com a imprensa após o encontro. Flores também já se reuniu com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, no Palácio do Planalto e com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para tratar do mesmo assunto.

 

Uma reportagem da TV Globo relvelou que os magistrados do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que vão julgar o ex-presidente vem recebendo ameaças por meio de telefonemas, cartas e pela internet. Além disso, militantes a favor e contra Lula já organizaram mobilizações para o dia do julgamento. Se a condenação for confirmada, ele poderá ficar de fora das eleições deste ano e fica sujeito à execução da pena de prisão.

 

Na saída do encontro com Cármen Lúcia, Flores disse à imprensa que não se manifestaria sobre o tema da conversa e que qualquer informação seria divulgada pelo STF. À tarde, o desembargador se reuniu por cerca de uma hora e meia com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, na sede da PGR. Ele saiu dos dois encontros sem dar detalhes sobre as conversas.

 

Em nota, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (RS), afirmou que a “movimentação” do presidente do TRF-4 em Brasília é uma “clara tentativa de tumultuar” o julgamento da próxima semana. Para ela, o desembargador tenta “criar uma cortina de fumaça para desviar a opinião pública” do que ela chama de “questão fundamental”. Segundo Gleisi, não há provas para manter a condenação de Lula.