Foto: Enaldo Pinto/Divulgação

O presidente e a primeira-tesoureira do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-BA) Jimi Hendrex Medeiros de Souza e Rosane Santiago Alves da Silva, foram afastados por 90 dias após indícios de participação em um esquema de “rachadinha”. Segundo informações do Coren-BA, além do afastamento do presidente e da primeira-tesoureira, também foram determinadas providências internas ao servidor Gabriel Ramos Daltro, gerente de tecnologia. A medida não foi especificada.

O órgão regional informou que a decisão tem como objetivo evitar interferência em processo administrativo disciplinar. Na quinta-feira (24), o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) aprovou um parecer que pedia a abertura de processo administrativo disciplinar contra o presidente do Conselho Regional de Enfermagem da Bahia e a sua primeira-tesoureira.

Na decisão, o órgão explica que a instauração de processo administrativo disciplinar em desfavor da dupla após indícios da prática denominada “rachadinha” e percebimento de valores pecuniários a título de saldar dívidas contraídas na campanha eleitoral para eleição da chapa concorrente ao pleito de 2020 do Regional.

As ações tomadas contra o gerente de tecnologia também foi uma decisão do Cofen. O motivo apontado pelo órgão federal foi a prática de “rachadinha”. Em carta aberta, Jimi Hendrex, eleito com 53,5% dos votos válidos, afirmou que tem sido alvo de críticas e perseguição política de grupos que não têm nenhum interesse em que pautas como valorização dos profissionais, em especial, pela defesa do Piso Salarial e Carga Horária – 30 horas avancem. [Confira a íntegra do documento no final da reportagem]

O que diz Jimi Hendrex?

“Diante da decisão do Conselho Federal de Enfermagem – COFEN que determina meu afastamento temporário da Presidência do COREN-Ba e das informações que circulam que expõem a minha dignidade como pessoa pública e reputação profissional de mais de 18 anos, além do respeito à toda Enfermagem da Bahia, trago esclarecimentos.

Como um dos presidentes de Conselho Regional que se colocou como uma voz ativa em defesa da categoria de Enfermagem em prol da valorização dos profissionais, em especial, pela defesa do Piso Salarial e Carga Horária – 30 horas, e por isso, tenho sido alvo de críticas e perseguição política de grupos que não têm nenhum interesse em que estas pautas avancem.

Neste contexto, estou sendo alvo, também, de uma denúncia caluniosa me envolvendo em um crime no qual não cometi. Recebi nesta sexta-feira, 25 de junho, a denúncia do COFEN com surpresa, decepção e perplexidade.

Como presidente da autarquia, ao receber a denúncia de um suposto crime que envolvia uma conselheira e um servidor do COREN-Ba (cargo comissionado, indicado por ela) prontamente encaminhei a denúncia para o COFEn, Ministério Público Federal e Polícia Federal – doc. nº 1.14.000.000960/2021-61 Núcleo de Combate à Corrupção -, para instauração de Inquérito, afim de que se investigassem os fatos.

Em seus depoimentos, fui arrolado de forma leviana e caluniosa, sem que tivessem nenhuma prova, até porque sou uma pessoa ética, responsável e fiel aos meus valores morais e jamais, por nenhuma pressão política, cederia minha honra a projetos que não fossem em prol da categoria e fortalecimento da gestão transparente e eficiente do COREN-Ba.

Em 4 de janeiro, assumi a presidência do COREN-BA, representando 142 mil profissionais de Enfermagem, sempre pautado nos valores morais da minha história. O meu afastamento do cargo é descabido, mas não vão conseguir calar uma das vozes da enfermagem, pois serei forte o suficiente para defender os interesses da categoria com ou sem mandato, e não é no GOLPE que se desfaz lideranças.

Para reparar o dano em que esta decisão tem causado à minha imagem e à imagem dessa presidência, providências já estão sendo tomadas.

Enfermagem da Bahia, estou do seu lado. Tenho consciência tranquila, e sigo confiante na justiça. “Nunca vi um justo sem repostas’. G1