Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), disse nesta segunda-feira (3) que o projeto que discute a ampliação da quarentena para juízes que queiram se candidatar não tem o “DNA do governo, e, sim, uma série de defesas de parlamentares da oposição, como o PT.Perguntado pelo qual a posição do governo a respeito da quarentena valer para Sergio Moro, em 2022, Gomes respondeu:

“O governo não pode ter opinião sobre algo que não foi votado ainda e, sinceramente, não tem movimentação no governo como governo com esse assunto, não vemos o presidente preocupado com candidatura do Moro ou qualquer outro candidato”, disse o líder do governo. Nos bastidores, no entanto, há, sim, preocupação do governo com uma eventual candidatura de Moro.

Como o blog publicou em junho, parlamentares que acompanham o duelo entre Bolsonaro e Sergio Moro no Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que o projeto do governo é inviabilizar a carreira política do ex-ministro da Justiça, com foco na eleição presidencial de 2022. Moro, diferentemente de um adversário de esquerda, racha a base de Bolsonaro. Por isso, o presidente prefere antagonizar com Lula, por exemplo

Adversários de Moro querem texto com ‘pegadinha’

Desde que o tema quarentena voltou à pauta, a questão une adversários do governo e aliados. Há uma movimentação de adversários de Moro – da base do governo e da oposição – para a redação de um texto que deixe a questão dúbia. Consultas a integrantes do STF e da Procuradoria Geral da República estão sendo feitas nos últimos dias em busca de apoio jurídico.

Ou seja, a ideia, nas palavras de um aliado de Moro, é deixar uma “pegadinha” a respeito de se o ex-ministro pode ou não se candidatar em 2022, se o texto for aprovado. Dessa forma, acreditam aliados de Moro ouvidos pelo blog, a questão seria judicializada e desgastaria a eventual candidatura do ex-juiz. Procurado, Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara, defende que a lei não retroaja, ou seja, só valerá para decisões futuras de magistrados. Por Andréia Sadi