Ricardo Nunes, preso em operação contra sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, presta depoimento no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na manhã desta quinta-feira (9). O fundador e ex-principal acionista da rede varejista Ricardo Eletro chegou ao local por volta das 9h15.

Ele foi preso, nesta quarta-feira (8), em São Paulo, na operação “Direto com o dono”. A força-tarefa que investiga o caso é formada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), pela Receita Estadual e pela Polícia Civil.

O empresário está detido no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) Gameleira, na Região Oeste de BH. As prisões da filha dele, Laura Nunes, e do superintendente da Ricardo Eletro, Pedro Daniel foram revogadas ainda nesta quarta-feira (8).

Depois de ser preso em São Paulo, ele foi trazido para Belo Horizonte. Após desembarcar no Aeroporto da Pampulha, Ricardo foi levado para o Ceresp Gameleira. O advogado do empresário disse que ele “vai prestar todos os esclarecimentos e colaborar com as investigações.”

De acordo com as investigações da força-tarefa, aproximadamente R$ 400 milhões em impostos foram sonegados. O superintendente regional da Secretaria de Fazenda em Contagem, Antonio de Castro Vaz, disse que a empresa vinha omitindo recolhimento de ICMS há quase uma década.

A empresa Ricardo Eletro disse que “se coloca à disposição para colaborar integralmente com as investigações”. “O investigado se apropriou indevidamente do tributo. Em contrapartida, seu patrimônio só crescendo”, disse o delegado Vitor Abdala.

Durante o cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão no bairro Belvedere, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, o segurança de um prédio trancou as portas para impedir a entrada dos policiais e acabou sendo levado para uma delegacia. “Foi necessária uma tentativa de arrombamento. Posteriormente foi aberta a residência e cumprida a busca”, explicou o delegado de Polícia Civil.

Além de três mandados de prisão, a operação cumpriu também 14 mandados de busca e apreensão. Em Minas Gerais, os mandados foram cumpridos nas cidades de Belo Horizonte, Contagem e Nova Lima. Em São Paulo, há alvos na capital e em Santo André. Ainda segundo Abdala, documentos, computadores e celulares foram apreendidos.

“O alvo principal teria formalmente se desligado do grupo empresarial em outubro de 2015. Mas, mesmo assim, desde essa data, há indícios veementes que de fato ele continuava na administração do negócio, de modo que todas essas operações de blindagem patrimonial serviam apenas pra ocultar o proveito econômico dos delitos”, disse o coordenador da Ordem Econômica e Tributária de Contagem, Gustavo Sousa Franco. G1