O jovem de 19 anos que foi preso enquanto curtia o carnaval de Salvador, vestido de mulher, depois de ter a imagem do rosto registrada por uma câmera de reconhecimento facial, era procurado pela polícia por ter matado um homem após se irritar pelo fato de a vítima ter passado perto dele, de moto, em alta velocidade. O crime ocorreu no ano de 2017.

Marcos Vinicius de Jesus Neri foi identificado e preso pela polícia, na terça-feira (5), no circuito Dodô (Barra-Ondina), por onde passam as principais atrações da folia. Ele estava com a fantasia do bloco As Muquiranas, um dos mais tradicionais do carnaval da cidade, quando foi flagrado pela câmara instalada em um portal de segurança na Barra — as barreiras são instaladas todos os anos nos locais de realização da festa para fazer a revista dos foliões antes que eles entrem nos circuitos.

O suspeito foi denunciado à Justiça pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) em junho de 2018, sete meses depois do crime, ocorrido na cidade de Lauro de Freitas, região metropolitana da capital.

Conforme a investigação, o crime foi no final da tarde do dia 6 de dezembro de 2017. Marcos Vinicius passeava a pé, em via própria para pedestres, nas proximidades da casa onde morava, na Rua Travessa Gilberto Ferreira, no bairro da Palestina, quando a vítima, Sandro Barreto de Souza, passou de moto em alta velocidade perto dele, o que irritou o suspeito.

Marcos, ainda segundo a investigação, achou a atitude do motociclista provocadora e, conforme testemunhas, teria dito ao condutor: “Quer me matar, vagabundo?”. Depois, o suspeito entrou na casa onde morava, pegou uma arma de fogo e, utilizando um veículo automotor — a polícia não divulgou se foi um carro ou uma moto — seguiu a vítima.

Quando conseguiu alcançar o motociclista, na Rua Direta do Jambeiro, no bairro de Areia Branca, ainda conforme a investigação, Marcos desembarcou rapidamente do veículo e atirou diversas vezes contra a vítima, pelas costas. Em seguida, o suspeito fugiu do local.

Na denúncia, o Ministério Público disse que o crime foi cometido por motivo fútil e que o motociclista não teve possibilidade de defesa. O órgão disse ao G1, nesta quinta-feira (7), que o caso está com a Justiça. A reportagem tenta contato com a defesa de Marcos Vinicius segundo informações do G1.