Foto: Carol Garcia/Reprodução

Sem candidato natural à sucessão estadual e pressionado pelas ameaças do vice-governador João Leão de concorrer ao governo, o PP pode perder mais três deputados estaduais durante a janela para mudanças partidárias, de acordo com cálculos dos próprios parlamentares da legenda.

Depois da saída do deputado Robinho, que virou bolsonarista, já avaliam deixar a sigla os deputados Júnior Muniz e Jurandi Oliveira, ao passo que Aderbal Caldas e Luis Augusto devem desistir de concorrer e Dal pretende disputar uma vaga na Câmara Federal.

Há dúvidas sobre a permanência no partido do deputado estadual Niltinho, um dos que aparece cotados para ser indicado à vice na chapa do senador Jaques Wagner (PT) no caso de o partido marchar com a candidatura ao governo do petista – ele poderia migrar para o PSB da deputada federal Lídice da Mata.

Entre os que seguramente ficam no partido estão o deputado estadual Eduardo Salles, o hoje secretário Nelson Leal (Desenvolvimento Econômico), outro que também está no rol dos que podem participar da chapa de Wagner representando o partido, e Antonio Henrique.

Eles devem ganhar o reforço dos candidatos Neto Carletto, sobrinho do deputado federal Ronaldo Carletto, e de Hassan Iossef, candidato do prefeito de Jequié, Zé Cocá, outro cotado para a vice de Wagner, ambos nomes considerados fortes para a disputa de 2022 na Assembleia por causa dos respectivos apoiadores.

Um dos motivos para a instabilidade no partido que estaria repercutindo no desejo de migração dos parlamentares é o fato de, ao invés de estar buscando fortalecer a legenda com a atração de novos quadros que possam facilitar a reeleição dos deputados, Leão estar ‘brincando’ de ser candidato ao governo, na visão dos deputados.

Isso geraria desgastes no seio da aliança que sustenta hoje o governo, na qual ocupam papel de destaque também o PT e o PSD, provocando desconfianças principalmente entre os petistas. “O PP não sabe até agora o que fará”, diz um parlamentar a este Política Livre.

Segundo ele, a indefinição, assim como a ausência de um trabalho que vise fortalecer a sigla, deixa os deputados inseguros com relação a seu futuro, obrigando-os a avaliar a transferência para legendas em que o esforço de reeleição possa ser mitigado. Política Livre