Cinco pessoas foram presas e oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Itamaraju, Teixeira de Freitas e Alcobaça, todas localizadas no sul da Bahia, durante a Operação Raptores, deflagrada nesta quarta-feira (21). Além da Bahia, a ação ocorreu em Minas Gerais e Espírito Santo. A operação, que é da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES).

 

A operação foi realizada com o objetivo de desarticular uma quadrilha que falsificava documentos de carretas para que os veículos de carga circulassem com excesso de peso. A polícia informou que os suspeitos de envolvimento nas fraudes contavam com a ajuda de funcionários do Detran em Minas e na Bahia, que tinham uma tabela de preço para cada serviço.

 

Ao todo, nos três estados, foram cumpridos 15 mandados de prisão e 21 de busca e apreensão, é o que informou a Polícia Rodoviária Federal. De acordo com o corregedor geral do Detran, Osvaldo Moura, os suspeitos de envolvimento com as fraudes dos documentos foram afastados do cargo em 2017 pois, antes mesmo da Operação Raptores, o Detran já havia identificado dois funcionários em Alcobaça, que facilitavam a emissão de CNH.

 

“[As irregularidades] Foram realizadas e recolhemos esses processos. Detectamos que o coordenador geral de Alcobaça também respondia pela fraude envolvendo veículos de carga. Descobrimos que ele usava a matrícula de outros funcionários para marcar a vistoria [dos caminhões e carretas], mas a corregedoria apontou que muitos funcionários não têm envolvimento com a fraude. Ele envolveu outros servidores”, contou Moura.

 

Mais de 570 carretas alteradas pela quadrilha foram identificadas, dessas 128 com adulterações feitas na Bahia e 368 em Minas Gerais. De acordo com as investigações, a quadrilha praticava irregularidades como adulteração irregular em veículos de carga (inserção de eixo, ampliação ou redução do chassi), transformações e alterações cadastrais de veículos e comércio de Certificado de Registro de Veículo para legalizar veículos com restrição judicial ou de roubo ou furto.

Com a fraude, além de possibilitar o comércio de veículos furtados ou roubados, o esquema aumentava a capacidade de carga dos veículos de forma ilegal e sem passar por critérios e exigências técnicas dos órgãos de fiscalização levando risco de acidentes para as estradas. Essas alterações afetavam freios, pneus e eixos.

 

A polícia informou, ainda, que a quadrilha usava eixos e peças de carretas já envolvidas em acidentes, desgastadas e com problemas estruturais irreversíveis, para fazer as adulterações. Documentos de um reboque de carro de passeio foram usados para fazer a adulteração para que servisse em uma carreta.