A primeira audiência do caso do artista plástico morto em uma ação da Polícia Militar, em Candeias, na região metropolitana de Salvador, após o processo ser transferido do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) para a Vara da Auditoria Militar do Estado, foi adiada. Ela seria realizada na terça-feira (20).

Segundo a PM, a audiência vai decidir se os três policiais envolvidos na ação levam advertência, são demitidos ou presos. Ainda não há nova data para um novo procedimento. O crime aconteceu há um ano e meio, quando Manoel Arnaldo dos Santos, de 61 anos, mais conhecido como Nadinho, foi baleado por policiais.

Os familiares da vítima buscam repostas para o caso. Segundo o TJ-BA, os três policiais, identificados como Edvaldo Nunes, Leandro Xavier e Dinalvo dos Santos, foram indiciados pela Polícia Civil por homicídio doloso (quando há intenção de matar).

No entanto, no decorrer do processo, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) entendeu que não houve dolo na ação e reclassificou o crime como culposo (quando não há a intenção de matar), o que fez com que o caso fosse transferido para a Justiça Militar.

Os três PMs, segundo a corporação, foram afastados das atividades na rua e seguem funções administrativas. Os familiares de Nadinho procuram repostas para a decisão do MP que entendeu que não houve dolo (intenção de matar) na ação.

“A gente esperava que recebesse alguma resposta. Já tem uma ano e meio e não temos resposta. Está difícil viver esse tormento, de perder o nosso pai do jeito que foi. Saber que o Ministério Público desclassificou um crime que era doloso para culposo. Dói no nosso coração, porque confiamos no Ministério Público”, disse Maraísa Marinho, filha do artista.

“A gente a gente tem um crime desse doloso e ser desclassificado pelo Ministério Público que acreditamos que iria fazer a justiça e a gente quer saber da corregedoria cadê a nossa resposta. Eu fui lá na Corregedoria pedir uma resposta da promotora, que ela me esclarecesse o porquê dessa desclassificação, o porquê disso? “, perguntou Maraísa. G1