Principal alvo da operação El Patron, sendo apontado como chefe de uma suposta milícia, o deputado estadual Binho Galinha (PRD) aderiu à campanha de Zé Neto (PT), candidato a prefeito em Feira de Santana, município localizado a cerca de 100 quilômetros de Salvador. Nas redes sociais, Binho Galinha, investigado pela Polícia Federal (PF), aparece ao lado de Zé Neto, sendo inclusive recebido de forma destacada pelo governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT).
“Vou dizer a você que é da periferia: dia 6 de outubro, vote no 13, vote em Zé Neto. Estamos juntos”, afirmou o deputado em um evento da campanha ocorrido no último fim de semana. A declaração de Binho Galinha foi feita ao som do jingle gravado pelo cantor Igor Kannário, novo aliado do PT, que também tem passagens pela polícia por porte de drogas. No município, o petista Zé Neto tem o ex-prefeito José Ronaldo (União Brasil) como principal adversário na disputa.
Enquanto Binho Galinha segue participando ativamente da campanha em Feira, dois homens estão sendo procurados pela PF no âmbito da operação El Patrón. Segundo comunicado da PF divulgado na última sexta-feira (20), os foragidos são Vagney dos Santos Aquino, conhecido como “Vaguinho”, e Washington Martins da Silva, o “Galego”. Ambos estão foragidos desde o início da operação, deflagrada em 7 de dezembro do ano passado. As investigações apontam que Vagney pode estar usando o nome falso de Wagner Roberto dos Santos.
Ainda de acordo com a PF, a divulgação dos dados dos foragidos visa facilitar o cumprimento dos mandados de prisão preventiva, pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro proveniente do jogo do bicho, agiotagem, extorsão, receptação qualificada, entre outros delitos. O caso – A El Patrón já cumpriu 10 mandados de prisão preventiva e 33 de busca e apreensão, além de bloquear mais de R$ 200 milhões em contas bancárias dos investigados e realizar o sequestro de 26 propriedades urbanas e rurais. As atividades econômicas de seis empresas também foram suspensas.
Pessoas ligadas ao deputado Binho Galinha foram presas em diferentes fases da operação, como sua esposa, Mayana Cerqueira da Silva, o filho do casal, João Guilherme Cerqueira, e o assessor parlamentar Bruno Borges França. No dia 21 de agosto, vale destacar, outra pessoa foi presa em Feira de Santana. O suspeito, foragido desde a primeira fase da operação, é acusado de ser o operador financeiro do grupo, movimentando grandes quantias em sua conta bancária para ocultar a origem ilícita do dinheiro e dissimular a conexão com as atividades criminosas. De acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), o grupo teria movimentado R$ 100 milhões ao longo de uma década.
Por Mateus Soares/Tribuna da Bahia