Agência Brasil

A produção industrial brasileira caiu 2,4% em janeiro, na comparação com dezembro, perdendo boa parte do avanço de 2,9% registrada no mês anterior, segundo divulgou nesta quarta-feira (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Trata-se da queda mais intensa para meses de janeiro desde 2018 (-2,6%) e o pior resultado mensal desde março do ano passado (-2,5%). Na comparação com janeiro do ano passado, o recuo foi ainda maior, de 7,2%, o maior tombo nesta base de comparação desde janeiro de 2016 (-3,4%).

“Com isso, a indústria se encontra 3,5% abaixo do patamar de antes do início da pandemia, em fevereiro de 2020, e 19,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011”, destacou o IBGE. A queda em janeiro foi acompanhada por todas as quatro grandes categorias econômicas e por 20 dos 26 segmentos industriais pesquisados.

O resultado veio pior que o esperado. A mediana das estimativas coletadas pelo Valor Data junto a 34 consultorias e instituições financeiras era de uma queda de 1,9% no mês e retração de 6,1% para a variação interanual.

“Verificamos que o mês de janeiro está bem caracterizado pela perda de dinamismo e de perfil disseminado de queda, uma vez que todas as grandes categorias econômicas mostram recuo na produção, tanto na comparação com o mês anterior quanto na comparação com janeiro de 2021”, afirmou o gerente da pesquisa, André Macedo.

Segundo ele, a alta de 2,9% em dezembro foi um ponto fora da curva e pode estar relacionada a antecipação da produção, por conta de janeiro ser um mês muito marcado por férias coletivas e paralisações.

O que mais caiu em janeiro

Entre as atividades, as quedas que mais impactaram no resultado de janeiro foram na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (-17,4%) e indústrias extrativas (-5,2%), que haviam acumulado expansão de 18,2% e de 6,0%, respectivamente, nos dois últimos meses de 2021.

Outras contribuições negativas relevantes vieram de bebidas (-4,5%), de metalurgia (-2,8%), de outros produtos químicos (-2,2%), de máquinas e equipamentos (-2,3%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-5,4%), de produtos de metal (-3,3%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-4,5%) e de produtos de minerais não-metálicos (-2,4%).

Do lado das altas, destaque para as produções de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,5%) e de produtos alimentícios (1,4%). G1