A declaração do secretário estadual de Educação (SEC), Jerônimo Rodrigues, de que estudantes têm sido reprovados “sem um critério mais apreciado” causou uma reação negativa entre os professores. Os docentes viram na fala do titular da SEC uma tentativa de responsabilizá-los pelo fraco desempenho dos alunos.

Ao Bahia Notícias, um professor, que pediu para não ser identificado, disse que Jerônimo fez uma crítica sem “embasamento” e reclamou da falta de estrutura das escolas na Bahia, ao citar como exemplo o Colégio Estadual Edvaldo Brandão Correia em Cajazeiras IV e o Colégio Estadual Lagoa do Dioniso, em Ibitiara, na Chapada Diamantina.

Outra professora afirmou que o secretário mostrou “desconhecimento acerca da realidade escolar e profundo desrespeito em relação à docência”. Coordenador-geral da APLB-Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia, Rui Oliveira endossou as críticas dos professores.

Oliveira disse que há, pelo menos, dois motivos para alta reprovação. Os estudantes têm problemas de “ordem familiar” com os pais que não acompanham. Além disso, a falta de profissionais qualificados nas escolas para também verificar a situação dos discentes.

“Nenhum professor sente prazer em reprovar aluno. É uma coisa ruim. A gente passa o ano todo ensinado e no final não tem essa recompensa [de aluno ser aprovado]. Ninguém gosta de reprovar ninguém. Mas a reprovação não é um mal da Bahia. É um mal do Brasil. O Brasil é um dos países que mais reprovam alunos na América do Sul”, disse, ao defender que seja feito um debate mais amplo sobre o assunto.