O promotor Cláudio Calo, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), disse que não vai continuar à frente do processo sobre movimentações atípicas apontadas por um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O documento serviu de base para uma investigação contra servidores do senador Flávio Bolsonaro (PSL).

A declaração de impedimento de Calo ocorre na noite de terça-feira (5), depois que um encontro dele com o senador ganhou repercussão. Quando a informação de que ele iria assumir o caso foi divulgada, na segunda (4), publicações feitas por ele em redes sociais também vieram à tona. Em uma das postagens, o promotor disse que o relatório do Coaf não necessariamente indica a ocorrência de crime e também compartilhou postagens feitas pelo senador.

Por isso, um dia depois, ele decidiu deixar o processo. “Após profunda reflexão jurídica, em respeito à imagem do MP-RJ e às investigações, até mesmo diante da repercussão que o episódio vem tendo na mídia, juridicamente entendi ser mais oportuno que a investigação sobre o senador Flávio Bolsonaro seja conduzida pela Promotoria de Justiça de Investigação Penal tabelar. Não se trata de declínio de atribuição, pois a atribuição, como se sabe, é da 24ª PIP, mas trata-se de questão de cunho pessoal”, esclareceu.

O filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) não é investigado no caso, mas viu seu nome atrelado ao processo, já que servidores do seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (AL-BA) registraram as movimentações atípicas que sugerem repasse de salários. Foto: Sérgio Lima/Poder360