Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Diretório Nacional do PSL contratou no ano passado 64 policiais militares e civis do Rio de Janeiro para serviços de segurança privada em atos de campanha do então candidato Jair Bolsonaro. Os policiais atuaram em seus horários de folga, prática vedada a esses servidores pela legislação. As informações são do jornal Folha de São Paulo.

De acordo com a reportagem, foram pagas cerca de cem diárias a esses profissionais, em uma despesa total de mais de R$ 50 mil, custeada com recursos do fundo partidário do PSL, repassados pelos cofres públicos, e com receitas de campanha. Os dados constam na prestação de contas do partido enviadas ao Tribunal Superior Eleitoral.

A publicação detalha que os contratos firmados individualmente com os policiais foram assinados pelo ex-presidente do partido Gustavo Bebianno, que coordenou a campanha e mais tarde se tornaria ministro de Bolsonaro. Ele deixou o governo em fevereiro, em meio ao escândalo dos laranjas do PSL revelado pela Folha, e também o comando partidário.

Ao jornal, Bebianno afirmou que “o que foi contratado foi a segurança para o local do evento, por algumas horas”. “Nada de mais. Desconheço a existência de norma que impeça esse tipo de trabalho”, disse. A atual direção do PSL nacional não respondeu aos questionamentos. Já a Presidência da República, por meio de sua assessoria, afirmou que não comentaria o assunto.