Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247

A cúpula do PT está discutindo um reforço na segurança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha eleitoral para o Palácio do Planalto em 2022. O motivo é uma pretensa radicalização no ambiente político e a natureza de alguns apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Parcela expressiva da base bolsonarista é entusiasta de armas como o presidente e, em alguns casos, preconiza o uso da violência. Além disso, as relações do grupo político com milicianos e setores mais radicais de polícias estaduais é notória.

Não é uma preocupação só à esquerda, claro. O próprio Bolsonaro foi ferido a faca em 2018 por um ex-integrante do PSOL que foi diagnosticado como doente mental. O atentado contra o então candidato é visto como um marco para as campanhas eleitorais no pós-redemocratização, que no Brasil sempre tiveram no corpo a corpo um fator essencial para a construção imagética da associação entre a candidatura e a população.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo ouviu de dirigentes petistas, a ideia era de fazer o reforço já agora, na pré-campanha, mas Lula vetou a hipótese. Em um país com histórico de violência política, como ex-presidente, ele tem uma escolta de quatro agentes da Polícia Federal e dois motoristas com carros oficiais.

Mas usualmente a segurança dos eventos a que comparece fica a cargo da organização local, seja um sindicato ligado à CUT (Central Única dos Trabalhadores) ou a grupos como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Na viagem que Lula fará ao Nordeste, que deve começar no dia 8 de agosto, a logística de segurança inicialmente estará a cargo desses apoiadores.