Uma moradora de Simões Filho, cidade da região metropolitana de Salvador, que teve a casa atingida pelo impacto da explosão causada por um incêndio em um depósito de fogos de artifício. Ela passou mal durante o incidente. A moradora foi identificada pelo prenome de Ana. A casa dela fica em uma região ao lado do depósito. Ana conta que não conseguiu sair de casa durante a explosão e que entrou em pânico quando objetos e móveis começaram a cair.

“Passei bem mal. Eu fiquei presa dentro de casa, não tinha como sair. A porta não abria. No desespero, quando eu ouvi tanto estouro e tanta coisa caindo, meu desespero foi total”, lembra ela. Na casa dela, muita coisa ficou destruída. Um armário caiu e a churrasqueira, que foi construída no local, se desprendeu da parede. “A porta voou. Foi triste mesmo. Só quem passou é quem sabe. O susto foi grande”, narra Ana sobre o incidente.

O dono do depósito, Ricardo Ferreira, informou que o espaço estava totalmente legalizado. Explicou ainda que a cratera que aparece nas imagens após a explosão se trata do depósito subterrâneo. “Aquela cratera que se vê na televisão já é propício mesmo. Nós fizemos uma barricada. O depósito é subterrâneo e barricado, para conter esse tipo de explosão, para que não seja expansivo, e que ele contenha a estrutura do galpão, que é rústica. Quando você faz esse ‘barricamento’, você diminuí 50% o distanciamento [para atingir] outras residências”, explicou.

Ele ainda informou que o depósito tinha capacidade para 1.720 kg de fogos, mas no momento da explosão, havia cerca de 890 kg. “Nós vínhamos de um ano pandêmico, um ano crítico de eventos, nós não tínhamos a quantidade de armazenamento devido a falta de matéria prima que é minha fonte de eventos. Nós começamos a receber o material na semana passada em função de políticos e preparando para os contratos de réveillon. Então deveríamos ter aí em torno de 890 kg”, disse.

O exército que é responsável pela fiscalização das atividades de fabricação, exportação e importação de produtos controlados informou que a empresa tem o certificado para importação de fogos de artifício. Uma equipe do exército esteve no local na segunda-feira (9), dia da explosão. O exército informou q vai cooperar com as investigações policiais e se for constatada alguma irregularidade no trato com produtos controlados pelo exército será instaurado processo administrativo.

Ainda na manhã desta terça-feira, havia fumaça. O Corpo de Bombeiros esteve no local e monitora a região. “A pólvora já foi consumida no processo de explosão. Aqui são materiais combustíveis como madeira e papelão por siso a necessidade de fazer vistoria. Concluído o trabalho do Corpo de Bombeiros a gente pede que a perícia faça sua verificação para descobrir a causa”, explicou o comandante geral do Corpo de Bombeiros, o coronel Francisco Teles.

Após perícia realizada, o resultado deve sair em 30 dias. Apesar de nem ter sido feita a perícia, Ricardo, dono do galpão suspeita o que pode ter ocorrido. “Só quem poderá apontar a causa disso é a perícia. Como temos tudo bem armazenado não temos histórico nenhum, nem na execução, nem armazenamento. Eu posso pressupor que uma pilha [de fogos] caiu provocou o acionamento de algum artefato, que demora cerca de 2 segundos, é muito rápido”, opinou. Também na manhã desta terça, equipes das Secretarias de Assistência Social e Meio Ambiente voltaram ao local para seguir o monitoramento do caso. G1