Agência Brasil

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda-feira (20) que “eventos adversos” associados à vacinação não devem ser motivos para suspender campanhas ou colocar em dúvida o benefício do uso dos imunizantes. Apesar disso, Queiroga disse que ainda mantém suspensa a vacinação de adolescentes sem comorbidades entre 12 e 17 anos com a vacina da Pfizer.

O ministro disse que a pasta ainda avalia o caso de uma adolescente que morreu após ser imunizada, mas que o governo de São Paulo já apontou que ela foi vítima de uma rara doença autoimune. “Nós tivemos um evento adverso, e a mim como autoridade sanitária, cabe avaliar esses eventos adversos”, disse Queiroga, apontando uma das justificativas para o veto à vacinação de todos os adolescentes.

“Eventos adversos da vacina existem, não são motivos para suspender campanha de vacinação ou de relativizar seus benefícios. Mas a autoridade sanitária tem que avaliar esses casos até para que se faça as notificações devidas.”

A decisão de Queiroga de suspender a vacinação foi criticado de forma unânime por especialistas, entidades e conselhos de secretários de Saúde. A Agência Nacional de Vigilância de Saúde (Anvisa) acompanha o caso e disse não haver dados – até o momento – que justifiquem rever a autorização para aplicação do imunizante da Pfizer em todos os adolescentes entre 12 e 17 anos, independentemente de ter ou não doenças pré-existentes.

Queiroga foi questionado sobre a avaliação dos especialistas de São Paulo que associam a morte de uma garota de 16 anos a uma doença autoimune, descartando relação direta com a vacina. O ministro ressaltou que avaliações seguem dentro da pasta. “Eu já adianto, mesmo que tenha sido um evento adverso da vacina, não invalida a vacinação. O que o governo já defendeu, desde a nota 36, é que os adolescentes deveriam vir depois. A gente precisa avançar nos acima de 18 anos. É uma questão de prioridade e de logística”, disse Queiroga. G1