EC Bahia

Quem foi o melhor jogador estrangeiro que passou pelo seu clube? Abaixo, listamos dez que fizeram bonito com a camisa do Bahia. Do argentino Esteban Kuko, campeão baiano de 1938, aos recentes Pittoni e Mendoza, a história tricolor é recheada de estrangeiros em diferentes momentos do clube. O número 1 desta lista do Correio da Bahiabeira a unanimidade, mas fique à vontade para discordar. E ao fim da relação, escolha o seu craque preferido.

10. Páez

Lateral esquerdo campeão baiano de 1970, o argentino Raúl Páez tem história parecida com a do conterrâneo Sanfilippo no Bahia. Assim como o atacante, ele enfrentou o Esquadrão na Libertadores de 1960, quando vestia a camisa do San Lorenzo no confronto que marcou a primeira aparição de equipes brasileiras e argentinas no torneio continental, e também disputou a Copa do Mundo de 1962. Nascido em 1937, chegou ao Bahia em 1969, já veterano, e jogava nas duas laterais, como alternativa a Aguiar (direito) e Souza (esquerdo). Saiu em 1971, após 101 jogos e três gols marcados.

9. Pittoni

O paraguaio Wilson Pittoni jogou no Bahia em 2014 e 2015, período no qual foi bicampeão baiano. O volante tem por característica o bom passe e capacidade de criação. Destaque do time no primeiro semestre de 2015, acabou perdendo espaço na Série B. Sem acordo para renovação contratual, deixou o tricolor no final daquele ano, com um total de 64 partidas disputadas e três gols marcados. Depois do Bahia, passou por Olimpia, Guaraní e Sportivo Luqueño, todos do país natal. Atualmente, está com 34 anos e sem clube.

8. Kuko

Revelado pelo Boca Juniors, time pelo qual foi tricampeão argentino e chegou à seleção, o ponta esquerda Esteban Kuko defendeu o Bahia em 1938 e saiu em 1939, após três anos no Vasco da Gama. Segundo o historiador Galdino Silva (in memorian) registrou no blog História do Futebol, Kuko foi o primeiro argentino a vestir a camisa tricolor e marcou 14 gols nos 21 jogos de sua curta passagem. Já os números oficiais do Bahia são mais modestos: nove gols em 33 jogos. Foi campeão baiano. Já faleceu.

7. Mendoza

Tão rápido quanto ele em campo foi a passagem do colombiano Stiven Mendoza pelo Bahia. Durou apenas seis meses, emprestado pelo Corinthians no segundo semestre de 2017, mas com intensidade suficiente para integrar o top 10. Mendoza marcou oito gols na Série A (disputou 31 jogos, todos pela competição nacional) e ajudou o tricolor a fazer a maior pontuação do clube na era dos pontos corridos, com 50. Ao deixar o Esquadrão, foi vendido pelo time paulista ao Amiens, da França, onde joga até hoje. Está com 27 anos.

6. Rodolfo Rodríguez

Ídolo do Santos, campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes pelo Nacional e nome constante na seleção do Uruguai, sendo inclusive campeão da Copa América de 1983 e convocado para a Copa do Mundo de 1986. Dono de todas essas credenciais, o goleiro Rodolfo Rodríguez se aposentou no Bahia, onde chegou em 1993, ainda a tempo de ser bicampeão baiano, como titular de destaque no primeiro ano e reserva de Jean em 1994. Ao todo, foram 78 jogos pelo clube. No tricolor, ficou marcado também por sofrer cinco gols do jovem Ronaldo, que despontava no Cruzeiro para se tornar o Fenômeno, em uma goleada de 6×0 pelo Brasileiro de 93, no Mineirão. Em um dos gols, Rodolfo Rodríguez largou a bola na grama para agradecer a Deus e o esperto Ronaldo tomou e empurrou para a rede. Aos 64 anos, vive no Uruguai.

5. Papetti

O argentino Hector Papetti foi contratado pelo Bahia em 1940 e era meia direita. Formou uma brilhante linha média naquela década com o conterrâneo Bianchi e com o ítalo-argentino Avalle, a ponto de os três serem mencionados sempre juntos na literatura tricolor. Revelado no Newell’s Old Boys, Papetti defendeu o Esquadrão até 1942, ano em que seria transferido para o São Cristóvão. Depois defenderia o Botafogo, também do Rio de Janeiro. Foi campeão baiano invicto em 1940 e marcou dois gols em 61 jogos pelo Bahia, um deles no Ba-Vi vencido por 7×2 em setembro daquele ano. É falecido.

4. Bianchi

Jogador central da linha média formada com Papetti e Avalle em 1940, Dante Bianchi ganhou o título baiano naquele ano e também em 1945 e 1947. Somando suas três passagens no clube como jogador, defendeu o Bahia praticamente do início ao fim da década (1940-41; 1945-47; 1949), com interrupção por períodos em que defendeu o Vitória e o São Cristóvão-RJ. Ao todo, fez 104 jogos e três gols pelo Esquadrão. Também foi treinador tricolor em 1948. Já é falecido.

3. Avalle

O meia esquerda da trinca ganhou duas vezes o Campeonato Baiano, em 1940 e 1945. Em contraste com as alegrias dos títulos, Avalle viveu uma tragédia em campo. Em uma partida contra o Flamengo em 1946, levou uma cotovelada atribuída ao craque Zizinho e acabaria morrendo meses depois, supostamente por um problema nos rins em consequência daquele ato. Disputou 58 partidas e marcou quatro gols.

2. Buttice

Goleiro argentino de passagem marcante pelo Bahia de 1972 a 74, vindo do América-RJ. No tricolor conquistou os dois primeiros títulos (1973 e 74) da sequência do hepta estadual antes de sair para o Corinthians. O argentino, que chegou a defender a seleção de seu país, teve uma marca de destaque na carreira: foi o goleiro que mais vezes enfrentou Pelé (15 jogos) sem nunca ter sofrido um gol do Rei. Pelo Esquadrão, entrou em campo 102 vezes. Carlos Buttice morreu em 2018, aos 75 anos.

1. Sanfilippo

O argentino José Francisco Sanfilippo, bicampeão baiano em 1970-71, é o número 1 da lista. Carrasco do Bahia na primeira Libertadores da história em 1960, maior artilheiro do San Lorenzo, presente nas Copas do Mundo de 1958 e 62, Sanfilippo defendeu o tricolor de outubro de 1968, data da estreia contra o Botafogo pela Taça Brasil, a junho de 1971, quando despediu-se diante do Leônico pelo estadual, e conquistou a admiração do torcedor com oportunismo, habilidade e 59 gols em 150 jogos. Três desses gols foram marcados pelo atacante na final do Campeonato Baiano de 1970, numa goleada de 6×0 sobre o Itabuna. Aos 84 anos, mora em Buenos Aires.

Os números relativos a partidas e gols dos jogadores listados (exceto Pittoni e Mendoza) foram cedidos pelo Bahia através do Projeto Memória de Aço, que está recuperando informações históricas do clube. Algumas delas serão expostas no museu a ser inaugurado na Arena Fonte Nova ainda este ano, em data a definir. Informações do Correio da Bahia