Foto: Ana Carolina Moreno/G1

O órgão responsável por elaborar a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) informou ao G1, via Lei de Acesso à Informação (LAI), que questões consideradas polêmicas ou de cunho ideológico não foram apagadas do seu acervo, mas que houve recomendação expressa para que não fossem usadas na elaboração da prova deste ano.

No próximo domingo (3), o Enem 2019 terá seu primeiro dia de prova, que será também a estreia da gestão do presidente Jair Bolsonaro na condução do exame.

Neste ano, por orientação de Bolsonaro, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia ligada ao Ministério da Educação (MEC) criou uma comissão externa para analisar as questões do Enem.

Segundo fontes ouvidas pelo G1, três pessoas designadas pelo Inep passaram cerca de duas semanas fazendo uma varredura de todas as questões do Banco Nacional de Itens (BNI), o sistema que guarda todas as questões que podem cair no Enem.

À época, os membros da comissão foram indicados pelo então ministro Ricardo Vélez Rodríguez e pelo então presidente do Inep Marcus Vinicius Rodrigues. Via Lei de Acesso à Informação (LAI), o Inep informou que a escolha buscou “perfis de profissionais com experiência em docência e com formação acadêmica stricto sensu na área de ciências humanas”.

O objetivo, segundo a portaria que instituiu a comissão, foi analisar as questões prontas para serem usadas em futuras edições do Enem para “verificar a sua pertinência com a realidade social, de modo a assegurar um perfil consensual do exame”.

Itens ‘não recomendados’

Conforme já divulgado pelo Inep, essa leitura dos itens não retirou questões consideradas impróprias do BNI. Mas, via Lei de Acesso à Informação (LAI), a autarquia detalhou que esses itens considerados inadequados foram isolados dos demais para a elaboração específica do Enem 2019. “Os itens não foram excluídos do Banco Nacional de Itens, sendo apenas não recomendados para a montagem da edição 2019 do Enem”, respondeu o Inep, via LAI.