A remoção do apêndice pode reduzir em 19% o risco de Parkinson, conforme estudo na revista científica Science Translational Medicine. O papel do órgão na ocorrência da doença é explicado, segundo os pesquisadores, pelo acúmulo, no apêndice, de uma proteína associada ao Parkinson. Estudos já haviam demonstrado excesso de formatos mutantes dessa proteína no cérebro de pacientes com Parkinson.

 

“Ela é capaz de viajar pelo nervo que conecta do trato gastrointestinal (onde está o apêndice) até o cérebro, se disseminar e ter efeitos neurotóxicos”, disse Viviane Labrie, uma das autoras do estudo da remoção do apêndice. Realizada pelo Instituto de Pesquisa Van Andel, o estudo levantou os registros médicos de 1,6 milhão de suecos desde o ano de 1964.

 

Por meio dos documentos, os cientistas puderam separar os pacientes que tinham passado pela cirurgia de retirada do apêndice e relacionar os grupos com e sem o órgão com aqueles que desenvolveram o Parkinson. Ao fim do estudo, os pesquisadores observaram que a incidência da doença entre os pacientes que tinham removido o órgão era 19 3% menor do que entre os indivíduos que não tinham passado pela cirurgia segundo o Estadão.

 

O achado, no entanto, só foi observado em pessoas que retiraram o apêndice de forma precoce, ou seja, anos antes do aparecimento da doença. Pessoas que removeram o órgão depois das primeiras manifestações do Parkinson (geralmente motoras, como tremores) não tiveram melhora no quadro. O estudo revelou ainda que a retirada precoce do apêndice (pelo menos 30 anos antes do aparecimento dos primeiros sintomas) adiou em 3,6 anos o início do Parkinson.