Agência Senado

A postura do médico Nelson Teich na CPI da Pandemia irritou o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL). Ex-ministro da Saúde, Teich está prestando depoimento desde a manhã desta quarta-feira (5), e respondeu de forma vaga a diversas perguntas feitas pelos senadores. Uma delas foi feita por Humberto Costa (PT). O parlamentar quis saber se Teich chegou a planejar alguma campanha para conscientizar a população sobre a Covid-19. O ex-ministro, então, disse que conversou com uma pessoa, mas, quando questionado sobre quem seria, não soube dizer quem era nem se fazia parte da Secretaria de Comunicação. “O senhor precisa nos ajudar”, criticou o relator.

“Eu exerci um cargo de ministro no século passado e eu lembro de tudo”, acrescentou o emedebista. Renan Calheiros foi ministro da Justiça no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) entre 1998 e 1999. Já Teich, que foi ministro por menos de um mês, entre abril e maio do ano passado, usou o tempo como justificativa para o esquecimento. “Às vezes eu não consigo lembrar, isso tem um ano”, afirmou, repetindo o que já havia respondido a outros questionamentos. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, que está à frente da sessão neste momento, sugeriu a apresentação de um requerimento para obter a agenda oficial do Ministério da Saúde.

CPI DA PANDEMIA

Instalada nesta semana, a CPI da Pandemia visa investigar as ações e omissões do governo federal no combate à pandemia. Na terça (4), os senadores ouviram o primeiro ministro da Saúde, o médico Luiz Henrique Mandetta, e agora colhem o depoimento de Teich, segundo a ocupar o posto. Após ter passado menos de um mês no ministério, ele disse que se demitiu por não ter autonomia para conduzir as ações da pasta. Nos próximos dias, a CPI também vai ouvir o terceiro ministro, o general Eduardo Pazuello, cujo depoimento foi remarcado para o dia 19, o atual ministro da pasta, o médico Marcelo Queiroga, e o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres. (BN)