O velejador baiano Rodrigo Dantas desembarcou em Salvador na madrugada desta quinta-feira (14), depois de passar 18 meses preso em Cabo Verde, na África. Ele e outros dois brasileiros foram presos tráfico internacional de drogas, após as autoridades do país africano encontrarem uma tonelada de cocaína escondida no barco em que eles estavam.

Rodrigo, o também baiano Daniel Dantas e o gaúcho Daniel Guerra foram liberados para responder ao processo em liberdade. Eles deixaram a cadeia na última quinta-feira (7). Não há informações sobre a chegada ao Brasil de Daniel Dantas e Daniel Guerra.

Rodrigo foi recebido no aeroporto da capital baiana sob muitos aplausos de familiares e amigos. Vídeos gravados pelos parentes mostram o momento do desembarque dele no terminal.

Os brasileiros haviam sido detidos em 2017 e condenados a 10 anos de prisão em março de 2018, mas o julgamento foi anulado. Não há data prevista para novo julgamento, mas enquanto isso, eles vão poder ficar em casa.

Os brasileiros alegam inocência e dizem que não sabiam que a droga estava no barco. Uma investigação feita pela Polícia Federal brasileira também aponta a inocência deles e diz que a droga teria sido colocada no barco por um inglês, dono da embarcação.

Os velejadores também disseram que não perceberam a carga extra de uma tonelada de cocaína, por conta do tamanho do barco.

Os velejadores foram autorizados a deixar Cabo Verde, mas deverão voltar para responder ao novo processo. Enquanto isso não acontece, planejam recomeçar a vida.

Liberação
A Justiça de Cabo Verde determinou anulação do julgamento dos velejadores brasileiros presos em dezembro do ano passado, mas a sentença só foi anulada em janeiro deste ano.

A PF chegou a emitir uma nota de repúdio contra o Ministério Público da Comarca de São Vicente, em Cabo Verde, após um representante do órgão afirmar nos autos de uma ação penal que o inquérito da PF seria uma “manobra” para inocentar os velejadores.

De acordo com a defesa dos brasileiros, em 4 de fevereiro eles receberam um documento que informava que o processo tinha caído da segunda para a primeira Instância, sendo recebido pelo juiz Antero Tavares, o mesmo que condenou os três a dez anos de prisão.

Três dias depois, o juiz emitiu documentação determinando a soltura do trio, de acordo com o Código de Processo Penal do país, conforme os apontamentos feitos pelos advogados das partes. G1 Foto: Alex Coelho