Agência Brasil

Apesar de não estar mais no comando da Procuradoria Geral da República, a procuradora Raquel Dodge tem buscado acompanhar de perto os desdobramentos da Operação Faroeste, que investiga um amplo esquema de grilagens na Bahia por meio de vendas de sentenças judiciais. Afinal, apesar de ter tido seu nome citado em mensagens trocadas por dois personagens da Operação, foi a ex-chefe do Ministério Público Federal que abriu, durante a sua gestão, o inquérito da Faroeste, considerada a maior operação contra a corrupção já realizada no Judiciário brasileiro.

Segundo palavras da própria Rachel ao jornalista Fausto Macedo, do Estadão, das medidas de busca e apreensão, interceptação de comunicação e de transações bancárias requeridas em seu mandato ‘surgiu material probatório para fundamentar novas buscas e apreensões, pedidos de prisão de desembargadores, apreensão de celulares, inclusive do joalheiro citado na matéria, afastamento dos cargos e denúncia’. O nome da ex-procuradora geral da República apareceu em mensagens divulgadas nas últimas fases da Faroeste, indicando que ela foi presenteada com um colar por dois investigados – a ex-chefe do MP baiano, a procuradora Ediene Lousado, com quem desenvolveu proximidade por força das posições institucionais de ambas, e o joalheiro baiano Carlinhos Rodeiro.

Mas Dodge pode esclarecer rapidamente as menções ao seu nome e inclusive uma foto sua relacionada pelos investigadores. “Nos dois anos de meu mandato de PGR, a então PGJ Ediene Lousado jamais tratou comigo sobre o inquérito 1258 ou qualquer outro processo, investigação, inquérito ou ação de natureza penal. Esclareço que ela pessoalmente entregou-me uma lembrança com búzio – concha do mar, peça típica da Bahia –, durante evento institucional público promovido pelo CNMP, em 07.06.19, em São Paulo”, confirmou no texto ao jornal. (Política Livre)