EC Vitória

A temporada 2019 chegou ao fim e, para o torcedor do Vitória, ela não deixará saudades. Em temporada marcada por frustrações dentro de campo, o Rubro-Negro trocou de treinadores cinco vezes e contratou, no total, 37 jogadores. Muitos deles, porém, sequer chegaram até dezembro na Toca do Leão. O bastidor político também foi agitado. Em abril, Ricardo David decidiu antecipar o fim do mandato, que se encerrava em dezembro, e convocou novas eleições. Paulo Carneiro venceu o pleito.

Números do Vitória em 2019

  • Jogos: 57
  • Vitórias: 14
  • Empates: 23
  • Derrotas: 20
  • Gols marcados: 62
  • Gols sofridos: 73

Diante de um ano bastante conturbado, o GloboEsporte.com relembrou 12 fatos para compor a retrospectiva da temporada rubro-negra.

1 | Início com Sub-23

Para ter mais tempo de pré-temporada, a comissão técnica comandada por Marcelo Chamusca decidiu deixar com o sub-23 a missão de disputar os dois primeiros jogos de 2019. Sob a orientação de João Burse, o grupo formado basicamente por pratas da casa enfrentou CSA e Moto Club, pela Copa do Nordeste. O Vitória empatou as duas partidas. O elenco profissional estreou no terceiro jogo do ano, no triunfo por 1 a 0 sobre o Vitória da Conquista, gol marcado por Yago.

2 | Retorno de Neto Baiano

Em uma temporada de poucos recursos financeiros, o Vitória apostou em um velho conhecido para ser a referência ofensiva da equipe. Aos 36 anos, Neto Baiano assinou contrato de produtividade para defender o Rubro-Negro pela quarta vez. O artilheiro, contudo, não conseguiu ter desempenho parecido com o do passado, quando virou ídolo da torcida baiana. Sem conseguir entrar em forma, fez 17 jogos e marcou apenas um gol. Teve o vínculo renovado, mas, em julho, pediu para deixar a Toca do Leão e assinou com o Remo, que disputava a Série C.

3 | Eliminação da Copa do Brasil

O primeiro fracasso do ano para o time baiano foi a eliminação na Copa do Brasil, para o Moto Club. O Vitória foi derrotado fora de casa por 2 a 0 e se despediu do torneio nacional ainda na primeira fase pela quarta vez na história. Além do prejuízo esportivo, a queda representou frustração financeira. Se avançasse para a segunda fase, o clube baiano receberia R$ 625 mil como premiação.

4 | Eliminação do Campeonato Baiano

O Vitória sequer passou da primeira fase do Campeonato Baiano. Com três triunfos, quatro empates e duas derrotas, o Rubro-Negro ficou com a 5ª colocação, fora da zona de classificação para as semifinais. A derrota para o Fluminense de Feira por 2 a 0, no Barradão, resultou na queda de Marcelo Chamusca, que se despediu com aproveitamento de 38%. Foram três triunfos, sete empates e quatro derrotas nas 14 partidas sob o comando do treinador.

5 | Escudero faz testes, mas não assina

Ídolo da torcida, Escudero estava inativo desde 2017 quando topou voltar ao Vitória para um período de avaliações com a comissão técnica. Após um mês e meio na Toca do Leão, dirigentes, empresário e o próprio jogador se reuniram para firmar um vínculo que o possibilitasse atuar novamente com a camisa rubro-negra. Porém, não houve acordo. Escudero alegou que a proposta oferecida era financeiramente inviável. O Vitória, por sua vez, afirmou que o jogador não entrou em acordo com os seus agentes, o que impossibilitou a assinatura de contrato. No fim das contas, o meia seguiu para o Cuiabá, onde disputou 13 jogos pela Série B.

6 | Contratação de Tencati

A saída de Marcelo Chamusca fez o Vitória voltar ao mercado em busca de um treinador. Em março, Cláudio Tencati foi o escolhido para tentar recolocar o time baiano no rumo, mas, assim como seu antecessor, não teve bom desempenho. Foram sete jogos no comando da equipe baiana, somando quatro derrotas, dois empates e um triunfo; um aproveitamento de 23,8%. Apesar de não comandar mais a equipe, o técnico seguiu vinculado ao clube por três meses por conta de dívidas trabalhistas. Ele acionou o clube na Justiça Trabalhista e reivindicou R$ 360 mil em vencimentos e outros benefícios em atraso. As duas partes entraram em acordo em setembro.

7 | Renúncia e eleição

Paulo Carneiro celebra. Ele é o novo presidente do Vitória para o próximo triênio. #eleicaovitoria pic.twitter.com/dWhOLLLL78April 25, 2019

A crise técnica da equipe profissional, que chegou a abril com apenas três triunfos na temporada, teve impacto direto vida política do Vitória. Em abril, Ricardo David decidiu antecipar o fim do mandato, que era até dezembro, e convocou eleições gerais no clube. O pleito foi vencido por Paulo Carneiro, com 67,86% dos votos. Raimundo Viana, segundo colocado, teve 685 votos, enquanto Isaura Maria (9 votos), Walter Seijo (3 votos) e Gilson Presídio (1 voto), ficaram em terceiro, quarto e quinto lugares, respectivamente.

8 | Início ruim de Série B e contratação de Osmar Loss

O Vitória passou praticamente toda a Série B na luta contra o rebaixamento. O ponto crítico para o Rubro-Negro foi o início da competição. Das dez primeiras rodadas, em sete a equipe baiana figurou no Z-4, sendo que em quatro apareceu na lanterna. Os maus resultados levaram à demissão de Cláudio Tencati. Para substituí-lo, o clube apostou em Osmar Loss. Com muita experiência com categorias de base, o treinador foi uma aposta pessoal do presidente Paulo Carneiro.

9 | Osmar Loss é substituído por Carlos Amadeu

Osmar Loss não chegou a completar três meses na Toca do Leão. Após dez partidas, com duas vitórias, dois empates e seis derrotas, ele foi substituído por Carlos Amadeu, que voltava ao clube para comandar a equipe principal. Com o novo técnico, a defesa, que era um dos pontos fracos da equipe, passou a ter melhor desempenho. Porém, o time seguiu sem convencer, e a derrota fora de casa para o São Bento deu um ponto final na passagem do treinador pelo Rubro-Negro. Ele se despediu com três triunfos, quatro empates e duas derrotas, um aproveitamento de 48%.

10 | Nova casa

Desde que assumiu a presidência do Vitória, Paulo Carneiro falou dos planos de mandar jogos na Fonte Nova. A ideia era aumentar as receitas do clube, em dificuldades para honrar seus compromissos. Após meses de negociação e cobranças públicas, o dirigente conseguiu firmar um contrato e levar o Rubro-Negro para a Arena. A experiência, contudo, ficou longe de ser positiva. Foram três partidas como mandante no estádio, com dois empates e uma derrota. O saldo financeiro também foi ruim. Na partida de estreia, contra o Guarani, a renda líquida da partida foi de R$ 248.717,46. Nos dois jogos seguintes, o saldo final foi negativo. No jogo com o Atlético-GO, o déficit foi de R$ 81.130,17. Já diante do Sport, o prejuízo ficou em R$ 75.945,13. O fracasso fez o time voltar ao Barradão. Em entrevista ao Globoesporte.com, Paulo Carneiro afirmou que o Vitória devia R$ 250 mil para a Arena.

11 | Geninho e Carleto chegam ao Vitória

Para o lugar de Carlos Amadeu, a diretoria do Vitória apostou na experiência de Geninho, que, aos 71 anos, chegava a Salvador para comandar o Rubro-Negro pela terceira vez na carreira. O técnico trabalhou em 15 partidas e teve um desempenho de 46,6%, com cinco triunfos, seis empates e quatro derrotas. Além do treinador, reforços foram contratados na reta final da temporada. O principal deles foi o lateral-esquerdo Thiago Carleto, decisivo para evitar o rebaixamento. Emprestado pelo Ceará, ele fez 11 partidas e marcou três gols.

12 | Vitória garante permanência na Série B

Ameaçado de rebaixamento durante quase todo o campeonato, o Vitória só assegurou a permanência na Segunda Divisão na penúltima rodada. Em Ponta Grossa, o Rubro-Negro entrou em campo precisando de um empate para anular o risco de queda de divisão e cumpriu a missão com sobras. Bateu o Operário pelo placar de 2 a 1, com gol de Thiago Carleto nos acréscimos do segundo tempo. Na despedida da temporada, o time baiano foi derrotado pelo Coritiba no Barradão, mas o jogo servia apenas para cumprir tabela. Após o fim da competição nacional, Geninho teve o contrato renovado para 2020. Globoesporte