Foto: Marcos Corrêa/PR

O ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, se antecipou e decidiu pedir demissão do cargo após descobrir, na terça-feira (22), que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinaria sua prisão, segundo apuração do jornal Estadão. Salles teria sido informado sobre a possibilidade de prisão por um amigo e se reuniu com o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) no dia seguinte.

No encontro com Bolsonaro, Salles agradeceu a confiança, mas disse que não tinha mais como continuar na equipe. Bolsonaro pediu, porém, que ele ficasse e enfrentasse o Supremo, visto pelo Palácio do Planalto como uma Corte de decisões políticas. Segundo o Estadão apurou, Salles respondeu que, além de levar a crise para o centro do governo, temia pela segurança da mãe, também investigada.

Operações financeiras de Ricardo Salles são alvo de investigação da Polícia Federal, tendo como base o escritório de advocacia do qual ele é sócio com a mãe, em São Paulo. O inquérito foi autorizado pelo Supremo, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). A suspeita é de que Salles atuava no cargo para favorecer madeireiros que desmatam a Amazônia, abrindo caminho para o contrabando de madeira ilegal, lembra a reportagem.

De acordo com a apuração do Estadão, a ordem de prisão estaria baseada no fato de que Salles estaria atuando para prejudicar as investigações. Ao entregar o cargo, Salles esvaziou essa justificativa, uma vez que não tem mais poder algum na pasta. Além disso, o processo pode sair do Supremo.