Apesar da crise que ganha cada vez mais corpo com o presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já admite a aliados que a reforma da Previdência está “acima do governo” e que vai “blindar” a proposta.

“Não tem a ver com governo dele, ministro, nada. É acima do governo dele, de ministros, de tudo. Vamos tocar”, disse ao blog de Andréia Sadi, do G1.

Maia dialogou sobre a estratégia da Previdência com aliados no final de semana, como João Doria, governador de São Paulo. Na ocasião, ambos, inclusive, concordaram que vão “mexer” para “ajustar” o texto.

Não foi descartado, no entanto, outro texto para a Previdência – como o que havia sido enviado pelo governo Temer. Mas, concluíram que o que será mexido, “com emendas”, será o texto enviado pela equipe de Paulo Guedes.

João Doria foi além e sugeriu ao presidente da Câmara que o ideal também é “blindar Paulo Guedes”, ministro da Economia. “O ministro é muito importante. O foco agora é a agenda Brasil, precisamos pacificar pela Previdência: se não aprovar, o Brasil vira Venezuela e todos perdem. Não dá”, afirmou Doria à reportagem.

Maia negou ainda nesta segunda-feira (25) que esteja em curso um “troco” nesta semana de parlamentares insatisfeitos ao governo Bolsonaro. Ele defende, por exemplo, que a Câmara não vote a derrubada do decreto anunciado por Bolsonaro que libera turistas norte-americanos e de outros países de visto para entrada no Brasil.

Parlamentares avaliam derrubar o decreto para dar uma espécie de recado ao governo, irritados com o tratamento do presidente ao Congresso. O discurso de Maia, ao menos é de que é hora de evitar polêmicas e de trabalhar para “diminuir a temperatura”. Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados