Foto : Carolina Antunes/PR

Durante uma entrevista, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse crer que Jair Bolsonaro é homossexual. O parlamentar justificou a sua teoria dizendo que o presidente “não admira mulheres, somente homens”. “Ele não tem coragem de se assumir, talvez por sua formação militar, que é uma área muito atrasada neste aspecto da orientação sexual”, disse na entrevista ao “Derrete Cast”.

“Eu tenho uma grande dúvida [se o Bolsonaro é gay]. Eu acho que é. Não tem nenhum problema”, iniciou Rodrigo Maia, ressaltando ter “muitos amigos” LGBTQIA+ assumidos e, inclusive, citou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).

Maia seguiu na sua teoria, apontando que não tem uma mulher que ele [Bolsonaro] admire, ele não gosta”. “Qual é o problema? Não estou brincando. Acho que esse debate tem que fazer. Ele não consegue assumir o que ele é. Falo sério. As pessoas acham que falo brincando, mas depois me dão razão”, continuou.

Críticas

A fala de Rodrigo Maia logo se espalhou pelas redes sociais e foi criticada pelo baiano Jean Wyllys, desafeto declarado de Jair Bolsonaro, que discordou da suposição do deputado, ao apontar que o presidente é “seguramente misógino, sexista e machista”, além de ser “homofóbico”, mas “não um gay”. “Ser gay tem a ver com o orgulho de ser”, afirmou.

“Querido Rodrigo Maia, deixe-me explicar uma coisa: o genocida é seguramente misógino, sexista e machista, e tem doentia fixação no coito anal e inveja do gozo da homossexualidade. Tudo isto faz dele um homofóbico, não um gay. Gay sou: ser gay tem a ver com tem a ver com o orgulho de ser”, escreveu o ex-deputado no Twitter.

Maia respondeu o ex-colega de Câmara e disse que ele “pode ter razão”. Jean, então, reiterou que Bolsonaro “pode ter – e talvez tenha – desejos e fantasias com a homossexualidade reprimidos num nível mais ou menos inconscientes que retornam na forma de homofobia”.

“Nem todo homem que tem fantasias sexuais com a homossexualidade masculina, reprimidas ou não, é homossexual. Quase todos os héteros que têm essa fantasia reagem a ela com a homofobia; daí esta ser tão presente na socialização e construção da identidade masculina heterossexual”, continuou.

Por fim, ele pontuou que no caso do presidente, “os elementos que temos são os que o apontam como um misógino, machista e homofóbico, com fixação doentia no coito anal e uma performance de masculinidade tóxica, como a maioria dos seus (dele) seguidores”. (Correio)