O técnico Roger Machado deixou claro que, de fato, vai usar três volantes diante do São Paulo, em partida marcada para este domingo, às 11h (horário de Brasília), pela Série A do Campeonato Brasileiro. Durante a semana, o treinador testou um 4-3-3, com Gregore, Douglas Augusto e Elton fazendo uma espécie de tripé no meio-campo. O jovem Ramires ficará no banco de reservas. O treinador tricolor concedeu entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira e explicou que jogar com três volantes não é sinônimo de retrancar a equipe.

– A gente precisa diferenciar o que é posição, característica e função. É fundamental ter isso na cabeça. Quando se propõe abrir três jogadores com forte capacidade de receber e recuperar a bola no meio-campo, é para tentar ter controle de meio-campo maior. Nos jogos fora de casa não conseguimos ter. Para ter ideia em números, nosso controle de meio é 140%, 150%. Isso significa que se dividir o campo em três zonas, cada bola que perco nessa zona, recupero uma bola e meia. Nos jogos fora de casa temos controle inferior a isso. Contra o Botafogo, quando sofremos os três gols, a gente perdeu mais bola do que recuperou na região. Contra o Atlhetico foi menos de 100%. Não dominamos aquela zona. Quando se coloca jogadores com capacidade de recupera a bola nesse setor, é para ter maior controle. Mas precisamos saber que temos três volantes com capacidade de jogo, bom passe, e dois jogadores abertos pelo lado que expõe o time adversário a velocidade nas suas costas. Não é mudança de sistema. Com Eric Ramires jogamos com essa função por dentro contra o Athletico. Diante dessa necessidade de ter maior controle, testo essa opção – afirmou.

Gosto de usar o 4-3-3. Ter três jogadores de meio, um deles que cubra linha, que faça parte dos dois jogadores de meio fazendo um tripé e permita ter entrada no campo adversário com mais jogadores. Prefiro o 4-3-3 ao 4-1-4-1. Para mim é o que se assemelha ao que faremos em campo. Com três volantes controlando o meio-campo, Roger libera Élber e Artur para abusar da velocidade pelos lados do campo. No ataque, ele não confirmou se joga Gilberto ou Fernandão. Entretanto, se seguir a lógica da explicação que ele mesmo deu ao diferenciar as características dos dois, o segundo leva mais chances.

– As diferenças de características de Fernandão e Gilberto são bem palpáveis. Fernandão é um jogador mais de área, que atua mais entre os zagueiros e tem capacidade de fazer pivô, o que dá tempo para o time sair de trás e preencher a área, quando pegamos time muito fechado e que se defende com muitos jogadores, temos a chance de criar jogadas pelos lados para acessar a área lateralmente, isso jogando dentro de casa muitas vezes. Fora de casa, como foi contra o Athletico, que eles iriam nos pressionar dentro de nosso campo, tem a alternativa de tentar construir apoiado lá de trás, mas sabendo que o adversário vai pressionar, você ter a capacidade de romper a linha pelo chão ou pelo alto, com pivô para reter a bola ou dar uma casquinha. A gente se vale dessa característica de jogo do Fernandão, pode ser em casa ou fora. Depende do que o adversário propõe. Gilberto é mais móvel. No jogo contra o Avaí, ele saiu jogando, era necessário, como o Avaí jogava com linha de cinco, ter pequenas diagonais nas costas dos zagueiros. Ele tem essa característica. Mobilidade para sair da área, não ser só o finalizador, mas auxiliar na construção da jogada. O gol do Artur ele municiou ao jogar pelo lado. Isso gera a diferença pela escolha de um ou outro como titular. Feliz o treinador que tem esses jogadores com essas características se esse faro de gol – afirmou Roger Machado. Globoesporte Foto: EC Bahia