O Bahia venceu o Vasco por 2 a 0 neste último sábado, em São Januário, e chegou ao oitavo jogo seguido sem derrotas na temporada. O resultado positivo foi conquistado com uma mudança na formação titular em comparação com o triunfo sobre o CSA, na rodada passada, em Salvador. O técnico Roger Machado escalou o volante Ronaldo na vaga do meia Alejandro Guerra, o que deixou o meio-campo tricolor mais combativo.

A mudança pode ser lida por alguns como defensiva. Mas, para o treinador, o torcedor não deve se apegar a posições para avaliar a escalação. Após a partida, Roger Machado defendeu o tripé de volantes, que foi utilizado com sucesso no período pré-Copa América, com Gregore, Elton e Douglas Augusto, passou por um período de instabilidade, mas voltou a dar certo nas últimas rodadas da Série A, com Gregore, Flávio e Ronaldo.

– Sempre tenho dito que não me importo com a posição do jogador. Muitas vezes o jogador jogou na base como meia, virou volante e acabou a função dele, ele é volante para a vida toda? Jogador faz função. Com três, com dois, com um, independentemente da quantidade de volante, é a função que o jogador executa e a capacidade que a gente tem de organizar a função ofensiva. Depende da estratégia, jogo fora, sabia que o Vasco iria pressionar. Respeito muito o torcedor. Aceito, mas dificilmente vou me mover diferente das minhas convicções. Vivo futebol há 30 anos. A capacidade de fazer leitura do jogo é maior do que a do torcedor, do analista esportivo. Respeito. Felizmente a estratégia funcionou de novo, mas vai ter dia que não vai funcionar. O belo do futebol é esse, que não existe só uma forma. Com certeza teve torcedor que entendeu bem os três volantes, como teve jornalista que entendeu. É o contraditório. A gente tem que saber viver bem com o contraditório, isso eu sei bem.

Roger Machado aproveitou também para destacar os números positivos do Bahia na Série A. Na 6ª colocação com 30 pontos, o Tricolor faz o seu melhor primeiro turno na história dos pontos corridos. Nos últimos dez jogos, o time baiano sofreu apenas cinco gols, média de 0,5 por partida. Das 18 rodadas, em dez a equipe não foi vazada.

– Todos esses elementos e a forma como a gente se comportou dentro de campo valorizam essa vitória. O tempo sem vencer aqui, a possibilidade de entrar no G-6, vencer a segunda partida fora de casa. A partida justifica nosso resultado. Foi uma partida consistente, a estratégia voltou a funcionar de novo. Meu tripé de meio me deu uma sustentação muito grande. A décima partida sem sofrer gols, com um número de jogadores atuando em alto nível em um sol escaldante do Rio de Janeiro que a gente sabe que é difícil. Fisicamente a gente suportou e conseguiu dar muita intensidade para a partida.

Outro ponto que motivou declarações de Roger Machado foi a atuação de Élber. O técnico elogiou o atacante, que substituiu Artur, convocado para a seleção olímpica.

– Élber é um jogador que a gente tem muito cuidado. Hoje sentiu um pouco do tornozelo, é um jogador que acaba sendo muito visado. É um jogador de características raras, recebe a bola de costas para o bloco e consegue achar soluções. Hoje foi bem de novo.

O Bahia volta a jogar no dia 15 deste mês, às 16h, contra o Fortaleza, na Arena Fonte Nova, em Salvador. O Tricolor é um dos melhores mandantes da competição, com 20 pontos conquistados em nove partidas, aproveitamento de 74%. Globoesporte