Após quatro anos, o Campeonato Baiano de 2019 sai da rotina de uma decisão entre a dupla Ba-Vi e brinda aos torcedores um embate de capital e interior. Apesar de não ter um clássico na disputa pela taça, o técnico Roger Machado, do Bahia, afirmou que as duas partidas não serão “mais tranquilas” sem o rival Vitória no páreo.

“De forma alguma. Tem peso muito grande. Se nosso adversário chegou nesse momento decisivo da competição, é porque tem muito mérito. Temos o dever de estar com tudo pronto e preparados para uma grande disputa. Tivemos a oportunidade de ver os jogos, passar informações para os atletas, vamos treinar em cima da característica do adversário. E não podemos esquecer que fomos derrotados dentro de casa pelo nosso adversário na primeira fase. Temos a convicção de que será uma disputa dura e que o melhor vai vencer. A gente espera trabalhar bem para que o título fique na nossa casa”, afirmou.

Multicampeão como jogador, Roger ainda engatinha em relação aos títulos na carreira de técnico. A sua única taça foi a de campeão mineiro, pelo Atlético-MG. Ele não escondeu a ansiedade para as partidas decisivas.

“No dia que o profissional do campo não tiver o friozinho na barriga e a ansiedade antes do jogo decisivo, pode parar. Porque perdeu o entusiasmo pela profissão e tudo que envolve os jogos finais de campeonato. Minha ansiedade é controlada pela experiência de mais de 25 anos no esporte. Os atletas sabem que quando entram em campo para fazer o que de melhor sabem, a ansiedade é controlada por saber o que se vai fazer em campo. Mas não tenha dúvida, são momentos que antecedem os jogos que são de muita expectativa”, indicou.

Com uma semana completa no comando técnico do Esquadrão de Aço, Roger se disse satisfeito com o empenho dos atletas e, com uma comparação a carros de Fórmula 1, reforçou a ideia de ter o mesmo nível de intensidade nos treinos de nos jogos.

“Muito. Entendo que tem que treinar o jogo para jogar o treino. Para mim, o processo de treino é importante. Por isso muitas vezes no futebol brasileiro quando se tem pouco tempo para trabalhar, as coisas não acontecem do jeito que se deseja. Precisa de treino para definir proposição a estratégia de jogo. Quanto mais intenso o treino, menor o volume e o tempo que terei em campo, e isso gera um desgaste menor. Para se jogar me intensidade, precisa se treinar em intensidade. Além dos aspectos táticos, físicos e técnicos de uma sessão de treino, tem algo muito importante e que precisa ser treinado, que é o nível de concentração. Manter o nível de concentração elevado durante todo o treino, isso vai para o jogo. Os atletas precisam entender e assimilar esse modelo o mais rápido possível. Para mim eles são muito parecidos com carros de fórmula um. Tem os melhores mecanismos à disposição para extrair o melhor da máquina. Como temos máquinas que medem o nível de cansaço e o desgaste, temos que levar gradativamente eles perto do limite. Tem carros que nem sai do grid. Isso nãos ignifica que o mecânico não tem capacidade. Apenas a tentativa de extrair o máximo daquela máquina, que é o jogador de futebol”, indicou.

Bahia de Feira e Bahia se enfrentam no próximo domingo (14), às 16h, no Joia da Princesa, em Feira de Santana. (Bahia Notícias) Foto: EC Bahia