Foto: Max Haack / Ag. Haack / BN

O técnico Roger Machado disputou o primeiro clássico à frente do Bahia na tarde deste domingo. E o resultado aumentou a pressão em cima do cargo do treinador. Três dias após a eliminação na primeira fase da Copa do Brasil, o Tricolor foi derrotado pelo Vitória na Arena Fonte Nova, pela 3ª rodada da Copa do Nordeste, pelo placar de 2 a 0. Após a partida, torcedores vaiaram o time e cantaram “adeus, Roger”.

A má fase do Bahia neste início de temporada e a possibilidade de ter o cargo ameaçado dominaram a coletiva de Roger Machado, concedida após o clássico. Para reverter a crise instalada no time, o técnico aposta na vivência do futebol, adquirida ao longo da carreira como jogador e treinador.

  • Estou tentando usar a máxima experiência utilizada nos anos do futebol. Torcedor tem razão de cobrar, de criticar. Torcedor veio ao estádio, mesmo decepcionado por eliminação precoce na Copa do Brasil. Somete no final demonstrou insatisfação com o comando, com o jogo. Foi um resultado ruim, somado à eliminação da Copa do Brasil, que gera esse desgaste. Tentar assimilar o mais rápido possível. Proteger e blindar os atletas. Semana que vem temos outro confronto e precisamos de nosso torcedor.

Douglas Friedrich foi um dos protagonistas da partida, mas de uma forma negativa. O goleiro falhou no lance que originou o gol de Thiago Carleto, o primeiro da partida. Após o erro, ele passou a ser vaiado pela torcida. Roger afirma que não gostaria de dividir a atuação do Bahia em avaliações individuais e espera que o goleiro possa se recuperar o mais rápido possível.

  • Gostei que Douglas deu entrevista depois do jogo dizendo que não vive um bom momento. Goleiro, quando não vive um bom momento, muitas vezes aparece mais que o jogador de linha, porque é a última barreira do time. Foi jogador importante em outros jogos do Brasileiro no ano passado. Garantiu pontos importantes e vive um momento de instabilidade. É ter tranquilidade. Não gostaria de personalizar em ninguém a derrota e a desclassificação da Copa do Brasil. Quando se perde, todos perdemos, a responsabilidade é proteger os atletas, porque eles trabalham duro, porém, às vezes as coisas não acontecem como a gente deseja. Em relação ao clima hostil, só os triunfos. Não há outra maneira de sobrepor esse momento.

A coletiva deste sábado foi concedida ao lado do presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, e do diretor de futebol tricolor, Diego Cerri. O objetivo foi reforçar o apoio ao treinador. Ao falar sobre a permanência no cargo, Roger mostrou segurança e disse entender as críticas e pedidos por mudanças.

  • Até o último dia em que estiver no comando do clube. Sempre tive segurança. Mas sei que o futebol dá viradas que, muitas vezes, fogem de nosso controle. Tenho conforto de estar no comando do Bahia. Continuarei trabalhando buscando o melhor. Eliminação dói muito, perder clássico dói muito. Fase vai passar. A gente precisa de nosso torcedor. Não há problema nenhum vaiar o treinador, pedir a saída do comando. Quem tem que estar acostumado com isso sou eu. Não posso me permitir que isso me desestabilize. Minha responsabilidade é manter o equilíbrio sempre. Entendo insatisfação do torcedor. Quando as coisas acontecem como a gente não quer, a gente não quer o treinador que aqui está e pede outro. Entendo, aceito, acolho cada uma delas.

Roger Machado terá pouco dias para digerir a derrota no clássico. Na quarta-feira, às 21h30 (de Brasília), o Bahia encara o Nacional-PAR, pela primeira fase da Copa Sul-Americana. A partida será realizada na Arena Fonte Nova. Globoesporte