As chances perdidas, algumas incríveis, e um primeiro tempo de muitos erros defensivos custaram ao Bahia um bom resultado na noite deste sábado, contra o Fluminense. Derrotado por 2 a 0 para a equipe carioca, o Tricolor chegou ao terceiro jogo seguido sem vitória no Campeonato Brasileiro e pode ver o G-6 mais distante.

Antes do primeiro minuto de jogo, Élber perdeu uma chance incrível livre na área do Fluminense. A partir daí, a equipe carioca cresceu no jogo e aproveitou as oportunidades que teve. Em uma delas, Nenê marcou em cobrança de pênalti cometido por João Pedro. Na reta final do primeiro tempo, Daniel ampliou para o Flu. Assim como o volante Flávio, o técnico Roger Machado analisa que o time apresentou um nível de concentração baixo na partida.

– Jogo que, tecnicamente, nós tivemos abaixo. Jogo com nível de concentração baixa. Intensidade alta no segundo tempo, o que levou a muitas oportunidades. Proporcionamos erros importantes, que além de dar confiança, deram bastante campo ao Fluminense. No segundo tempo, com as mudanças, menos pelas mudanças, muita mais pelo nível de concentração mais alto, nos levou a ter o controle do jogo. Jogo ruim tecnicamente e um resultado ruim. Jogo com confiança alta pela possibilidade de alcançar a quinta colocação, mas concentração baixa. A bola não aceita desaforo. A gente sai derrotado e insatisfeito com o que produzimos – avalia Roger.

Foi um jogo com confiança alta e concentração baixa. Confiança excessiva gera autossuficiência, daí você desconhece os riscos, a chance de errar e maior, e você oferece mais ao adversário. Diante desse cenário, a gente teve inúmeras oportunidades. Um capricho um pouco maior, o goleiro teve uma noite inspirada também. Hoje foi o dia do não. Contra o São Paulo, mesmo tendo sido um jogo amarrado, fui para coletiva falando que a equipe tinha jogado bem. Hoje, embora a gente tenha tido muitas chances, foi ruim tecnicamente, e atribuo ao nível de concentração – continua o técnico.

Com desfalques importantes, o técnico Roger Machado mandou a campo uma equipe com três volantes, Élber e Guerra abertos nas pontas e Gilberto mais à frente. O sistema não funcionou, principalmente no primeiro tempo, e o treinador fez mudanças no intervalo: Lucca e Arthur Caíke entraram nos lugares de Ronaldo e Guerra. O Tricolor pressionou, teve mais chances de marcar, mas novamente não soube converter as oportunidades em gols.

– Contra o Athletico, foi dois centímetros da trave para dentro, dois centímetros para baixo. Volume foi bom. Posso cobrar quando a gente não consegue criar. Gilberto esteve presente nas melhores chances. Contra o São Paulo, foi amarrado pela característica de jogo. Nas bolas na trave, o nível de concentração estava alto. Hoje, o nível de concentração baixo, a chance de errar é maior. Você proporciona a chance de entregar o jogo ao adversário, que está jogando seu campeonato, querendo sair da zona incômoda. A bola pune. Não aceita desaforo. Mas quando ganha, todos ganham juntos. Quando perde, todos perdem juntos. Vamos avaliar, consertar o que tiver para consertar. Não tem tempo para treinar. A gente pode falar da falta de sincronismo pelas modificações, colocar o Guerra numa posição para não mexer no meio, que tinha a engrenagem já consolidada. Perder faz parte do campeonato. A gente sente a frustração de não subir na tabela. Mas é lamber as feridas e partir para o Grêmio.

Além do que aconteceu em campo, o treinador também foi personagem em campanha feita pelos dois times fora dele. Únicos técnicos negros do Campeonato Brasileiro, Roger e Marcão trocaram presentes no estádio e trabalharam nesta noite vestindo camisas que estamparam a frase #ChegadePreconceito nas costas. Globoesporte