A disputa interna por espaços na chapa governista à sucessão de Rui Costa (PT) deve esquentar nas próximas semanas. Em conversa com jornalistas na terça-feira (11), o governador afirmou que pretende intensificar as conversas com PP e PSD para ter o “desenho” da composição até fevereiro.

“Esse mês, o que eu quero, falando da política, é me concentrar, junto com Wagner, junto com Otto, com Leão, nas conversas políticas para, eu diria, desenhar em janeiro e fevereiro o desenho da nossa caminhada esse ano”, disse Rui, durante entrega de moradias na comunidade de Alagados.

O maior impasse para a definição da chapa que será encabeçada pelo senador Jaques Wagner (PT) está na acomodação do vice-governador e líder do PP no estado, João Leão.

Por ter ocupado o posto por dois mandatos, o pepista não pode ser candidato a vice novamente. Pelas regras eleitorais, seu filho, o deputado federal Cacá Leão (PP-BA), também não pode ser indicado.

A vaga para candidatura ao Senado deve permanecer com Otto Alencar, líder do PSD baiano, que tentará a reeleição. Uma possibilidade de conformação seria Rui Costa antecipar a sua saída do cargo para que o aliado pepista ocupasse a cadeira de governador até o final do mandato.

Outro arranjo ventilado é Leão indicar um novo nome do PP para a vice da chapa. Em caso de vitória nas urnas, ele também poderia voltar a chefiar uma secretaria estadual. A presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), atualmente ocupada pelo deputado estadual Adolfo Menezes, também pode entrar no xadrez.

Marcelo Nilo

Durante a conversa com jornalistas, o governador também comentou a situação do deputado federal Marcelo Nilo (PSB), líder da bancada baiana na Câmara. Da base governista, o parlamentar tem sido cotado a “virar a folha” e passar para o campo da oposição em um arranjo que poderia envolver uma candidatura sua ao Senado na chapa encabeçada pelo ex-prefeito ACM Neto (DEM).

“Não quero comentar a opção individual desse ou daquele deputado. Cada um deve fazer a opção que acha que melhor atende seus desejos. E, obviamente, a depender das opções que cada um vai fazendo, a gente vai tendo um comportamento ou uma ação em função disso. Eu prefiro não comentar, me antecipar. Eu tô com tanto problema, de enchente, agora de coronavírus, de gripe, que eu não posso ficar cuidando da vida individual, mesmo política, de cada parlamentar, de cada pessoa. Eu acho que cada um é adulto, tem maturidade, saberá cuidar da sua vida política. Estou com um conjunto de tarefas muito grande pra ainda dedicar tempo à vida individual das pessoas”, disse Rui

“Não tem condições de cuidar da vida individual de cada um e cada um tem juízo e sabe o que faz e saberá avaliar o que é melhor pra cada um. Acho que cada um tem que fazer o que acha que é melhor pra si. E ele e os outros saberão escolher o que é melhor pra cada um deles”, acrescentou o petista.