Fernando Frazão/Agência Brasil

O governador da Bahia, Rui Costa, e o senador Jaques Wagner, ambos do PT, se calaram sobre o vídeo que foi compartilhado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em que convoca para uma manifestação contra o Congresso Nacional e em favor dos militares e do seu governo. O ato está previsto para acontecer no dia 15 de março.

Rui, que sonha em ser candidato a presidente da República na eleição de 2022, tem tentado polarizar com Bolsonaro em diversas questões. O chefe do Palácio de Ondina chegou a se manifestar até sobre o ataque a míssil dos Estados Unidos que matou o general Qassim Suleimani no início deste ano. Na época, havia um receio de Bolsonaro apoiar os americanos e o Brasil se envolver no conflito.

O chefe do Executivo baiano, então, pediu paz. Rui também tentou polarizar com Bolsonaro quando o presidente quis zerar a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a gasolina. O petista também criticou a postura do governo Bolsonaro no caso do derramamento de óleo no Nordeste, no episódio do ex-secretário da Cultura, Roberto Alvim, que fez apologia ao nazismo e outros temas. Em mais de um caso, o governador usou as redes sociais para se posicionar.

Na Bahia, os senadores Otto Alencar e Angelo Coronel, ambos do PSD, criticaram duramente o incentivo de Bolsonaro ao protesto. Segundo o jornal Folha de São Paulo, dento do PT, já há quem veja a possibilidade de o presidente da República sofrer um impeachment com a atitude, mas a legenda ainda prefere evitar sua defesa em público.

A avaliação no partido é que já é possível fazer uma argumentação jurídica de que o presidente cometeu crime de responsabilidade. O problema, na visão interna, é que não haveria ainda condições realistas para iniciar uma campanha pelo afastamento do presidente. O Bahia Notícais questionou as assessorias se o governador e o senador do PT se manifestariam, mas não houve retorno. (BN)