O governador Rui Costa (PT) declarou à Justiça Federal, nesta quinta-feira (7), que não recebeu informações de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria obtido vantagens indevidas para editar a Medida Provisória (MP) 471. A MP prorrogou os benefícios fiscais de montadoras instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Ele prestou depoimento no processo em que Lula é réu por corrupção passiva, na Operação Zelotes. O ex-presidente é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter recebido R$ 6 milhões de montadoras para financiar campanhas do PT, em troca da MP.

Rui Costa foi ouvido como testemunha de defesa de Lula. O depoimento foi por videoconferência na sede da Justiça Federal na Bahia, em Salvador, e durou pouco mais de 20 minutos.

O governador defendeu a concessão de benefícios fiscais para instalação das empresas, pois, sem eles, o Nordeste teria tido um nível de industrialização ainda menor. Ele apontou que as desonerações foram essenciais para a chegada da fábrica da Ford para Camaçari.

Segundo o A Tarde, quando questionado se o ex-presidente teria recebido valores para editar a medida, o governador respondeu: “Não tive notícia de nenhum tipo de benefício. Todos os presidentes da República foram legitimamente pressionados pelos governadores e políticos dos estados do Nordeste para que mantivessem os incentivos para que as empresas não saíssem daqui”.

Rui estava como secretário de Relações Institucionais do governo Jaques Wagner (PT) quando a MP foi editada, em 2009. “A Bahia participou dessa gestão. Não só dessa como todas outras. Como eu me referi à própria lei que foi adotada para garantir a vinda da Ford. O governador à época, que era do PFL, trabalhou fortemente para aprovação dessa lei. Sempre defendi os incentivos, como instrumento de desenvolvimento das regiões mais pobres, como Norte e Nordeste, porque a última forma de descentralizar os investimentos são os incentivos”, acrescentou o governador. (Bocão News)