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Para evitar mal-estar na base aliada, o governador Rui Costa (PT) não pretende “mergulhar de cabeça” na eleição do próximo ano, apesar do desejo dos aliados de que o petista atue para unificar candidaturas em algumas cidades.

Ao Bahia Notícias, um governista afirmou que Rui vai “orientar, propor”, mas não vai “impor” seus desejos para não descontentar o grupo. Outro aliado, em conversa reservada, afirmou que, se há dois grupos que apoiam o governador em uma cidade, “o mais correto mesmo é manter a neutralidade”.

Segundo apurou a reportagem, Rui não quer entrar em rota de colisão com os figurões do grupo, como o senador Otto Alencar (PSD), o vice-governador João Leão (PP), e a deputada federal Lídice da Mata (PSB). O mandatário do Executivo baiano também não deseja interferir no cenário eleitoral soteropolitano.

A avaliação também é de que, sem a presença ativa do chefe do Palácio de Ondina, evita-se cair no colo do governador uma eventual derrota. Em 2016, quando ACM Neto (DEM) era candidato à reeleição, Rui decidiu se distanciar do pleito. Mesmo assim, o democrata atribuiu a derrota de Alice Portugal (PCdoB) na campanha ao petista.

Segundo a cúpula do governo, Rui Costa não tem “nada a ganhar” se “mergulhar na campanha”. O entendimento da cúpula é que mesmo se o candidato de ACM Neto for derrotado, o democrata será um postulante forte ao governo em 2022.

Logo, não teria uma preocupação de causar um fracasso do prefeito já na eleição do próximo ano. Aliados, porém, avaliam que o petista estaria de olho no Thomé de Souza em 2024, e uma eventual vitória de um correligionário no pleito de 2020 faria o plano naufragar.