O governador Rui Costa (PT) declarou, em entrevista à rádio 95 FM, de Jequié, na manhã desta segunda-feira (21), que o vice-governador João Leão (PP) criou uma “situação constrangedora” ao pedir que o petista renunciasse ou que o senador Otto Alencar (PSD) não tentasse a reeleição.

Segundo ele, o rompimento de Leão de sua base teve influência direta da direção nacional do PP e do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Da minha parte não houve erro algum”, garantiu Rui.

“Até janeiro Wagner era o nosso candidato. Tinha combinado com Leão que terminaríamos o nosso mandato juntos. Combinei inclusive que iríamos falar com Lula. Quando Wagner foi para uma reunião com Lula, refletiu e viu que precisava de um Senado forte”, contou Rui.

“Lula está preocupado pois deram um golpe na Dilma. Lula está preocupado em todos os estados com quem o ajude a governar. Dialogando com Wagner, Wagner resolveu ficar no Senado. Nesse momento, a gente resolveu perguntar ao senador Otto se ele gostaria de ser governador. Ele hesitou, mas depois ele sinalizou que preferia ficar no Senado”.

Segundo Rui, em 2018, o próprio Leão escolheu ser vice do que tentar uma cadeira no Senado. “Infelizmente, o PP viu a expectativa de sentar na cadeira de governador e criou uma situação constrangedora. Ou você renuncia o mandato ou tira Otto do Senado”, disse.

“Me tirar da cadeira de governador vocês não vão tirar. E é natural que Otto tentasse a reeleição. Em 2018, oferecemos a João Leão o Senado. Eu alertei a ele. Disse para levar em contar que em 2022 só teria uma vaga. O normal é que Otto fosse candidato à reeleição. Deixei ele a vontade para escolher”, afirmou Rui.

“Foi ele que escolheu ficar na cadeira de vice. Eu só posso lamentar e ficar decepcionado com essa decisão de rompimento. Fico decepcionado com a escolha que ele fez”. “Acho que houve uma pressão grande pela direção nacional do PP. O PP é o partido que está mais abraçado com Bolsonaro. Eu acho que teve influência de Bolsonaro e da direção nacional do PP”, concluiu. Política Livre