Agência Brasil

Do início do ano até setembro, o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tem dedicado quatro vezes mais dias de compromissos em São Paulo, do quem em áreas afetadas pelos incêndios no Pantanal e desmatamentos na Amazônia. Segundo levantamento feito pela Folha de S. Paulo, o titular da pasta esteve por 25 dias na capital paulista, quatro dias em áreas de floresta amazônica e apenas dois dias na região pantaneira.

A apuração feita pelo portal considerou, somente, compromissos oficiais disponibilizados no site do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, não foram contabilizados viagens pessoais até São Paulo, cidade natural de Salles.

Entre os encontros oficiais, o ministro esteve com frequência com empresários do mercado imobiliário. Vale lembrar que o titular da pasta, no final de setembro, presidiu o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que revogou resoluções de proteção de restingas e manguezais (relembre aqui, aqui e aqui). A decisão segue em paralelo aos interesses do setor de construção.

Em resposta, o Ministério do Meio Ambiente justificou que o número de compromissos oficiais de Salles em São Paulo seria um aproveitamento de oportunidades. Em outras palavras, os interessados marcavam compromissos à medida em que tomavam ciência da ida do do ministro até a cidade. A pasta também forneceu dados gerais sobre compromissos oficiais de Ricardo Salles, considerando encontros em Brasília, além das viagens realizadas.

Até o momento, em 2020, o ministro esteve com autoridades 63 vezes. A agenda também registrou 29 compromissos com o terceiro setor, 24 entrevistas com a imprensa, 13 encontros com empresários do agronegócio e 10 compromissos com o setor da indústria. “Nossa agenda é super variada, procuramos receber todos os setores. Se o terceiro setor reclama que eu não os recebo, talvez seja porque eles não pedem para serem”, rebateu Salles.