Foto : Erasmo Salomão/ Ministério da Saúde

Salvador registrou 14.763 casos de pacientes infectados pela Covid-19 nos últimos 20 dias, segundo dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Com mais de 210 mil casos, a Bahia ocupa o segundo lugar no país em número de casos, atrás apenas de São Paulo.

Com o início da primeira fase do plano de retomada das atividades econômicas em Salvador, mais gente passou a frequentar as ruas e segundo dados da Secretaria Estadual de Saude (Sesab), não foi só a quantidade de pessoas circulando que cresceu. O número de casos de Covid-19 na cidade também aumentou.

Em 24 de julho, Salvador tinha 51.121 casos registrados e no dia 13 de agosto eram 65.884, um total de 14.763 novos casos nos últimos 20 dias. Apesar do aumento no número de casos da doença, a prefeitura diz que não houve impacto no sistema público de saúde e que a taxa de contaminação na cidade diminuiu.

“A tendência era que nós tivéssemos um número maior de pacientes a serem internados e isto também não está acontecendo. Para você ter uma ideia, nas UPA’s da cidade, hoje nós amanhecemos com dois pacientes clínicos a serem regulados, sendo que os leitos clínicos estão com uma folga grande no sistema”, disse o secretário Léo Prates.

Os dados também revelam um crescimento no número de casos da Bahia. Em 24 de julho eram 142.767 casos confirmados e na quinta-feira já eram 206.955 casos, um aumento de 44,9%.

“Somo o segundo estado do país que mais testa. A testagem é muito ampla e com isso a gente consegue captar mais casos ativos, mas a taxa de ocupação hospitalar reflete que apesar do alto número de casos ativos, nós não estamos aumentando o número de doentes que tenham a necessidade da internação, que são aqueles assintomáticos, 85% da população, muito provavelmente”, contou a subsecretária de Saúde do estado, Tereza Paim.

Outro dado revela que a taxa de incidência de casos em Salvador é superior à média estadual. O índice mostra o número de casos confirmados da doença para cada grupo de 100 mil habitantes.

De acordo com a Sesab em 24 de julho, a taxa era de 1.779,76 casos por 100 mil soteropolitanos. Já em 13 de agosto esse índice subiu para 2.293,73 a cada 100 mil moradores de Salvador.

Já o índice estadual, em 24 de julho era de 959,90 casos a cada 100 mil baianos e em 13 de agosto era de 1.390,94 a cada 100 mil habitantes do estado. Entretanto, a prefeitura afirma que a taxa R, ou taxa de transmissão, que significa quantas pessoas um indivíduo doente pode contaminar, está menor que 1 em Salvador.

“Nós temos uma das taxas mais baixas da pandemia, nós estamos com 0,5% da nossa taxa de contágio. Salvador tem uma taxa de letalidade de cerca de 3,37%, enquanto Fortaleza tem uma taxa de letalidade de 8,6%. Sabe qual é a diferença disso? Salvador salvou a mais de vidas de Fortaleza, 3.330 vidas. Só isso já valeu muito o nosso esforço”, disse Léo Prates.

De acordo com o Comitê Científico do Consórcio Nordeste, dois fatores podem ter ligação direta com o aumento no número de casos de Covid-19 na Bahia e em Salvador. O primeiro é o espalhamento da doença para o interior do estado e no caso de Salvador, a reabertura do comércio.

“A gente acredita que as duas coisa têm influência. É difícil separar claramente uma da outra. No caso dos Estados Unidos por exemplo, os dois efeitos foram importantes, tanto o da reabertura como da interiorização. A gente acredita que aqui no Brasil também”, explicou o subcoordenador do Comitê Cientifico do Consórcio Nordeste, Sérgio Lira.

“Há uma expectativa que flexibilizações possam aumentar o número de casos e para evitarem isso, medidas de monitoramento, rastreamento, testagem, devem ser aumentadas. Se você detecta de maneira prematura um eventual crescimento de casos, você consegue prevenir que, por exemplo, hospitais sejam sobrecarregados”, concluiu. G1