SSP-BA

Assaltos, mortes, incêndio e violência. Esse é o retrato recente de quem utiliza o transporte público em Salvador. De janeiro a 19 de julho deste ano, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) registrou 732 ocorrências de assaltos a ônibus na capital baiana. O número representa mais de três assaltos por dia (3,67). No caso mais recente, na quarta-feira (28), dois homens armados invadiram um ônibus na estrada do Derba e assaltaram passageiros. Segundo relato, a dupla teria atirado para cima com o objetivo de intimidar as vítimas.

No início da semana, um passageiro foi morto durante assalto e cinco pessoas foram baleadas durante ação de criminosos em um coletivo na BR-324. Na semana passada, nem os clientes de um estabelecimento em Patamares escaparam da violência. Após assaltar um ônibus, um homem fez reféns no local durante a fuga. O presidente do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, Hélio Ferreira, vê a situação como “insustentável” e sugere uso da tecnologia como aliada do poder público para combater as investidas dos bandidos.

“A gente acha que tem que ter, com todo o trabalho que a Polícia Militar vem fazendo, um modelo de segurança específico para o transporte público por ônibus. Seria um investimento tecnológico, setor de inteligência e estruturação das delegacias civil. Nós temos a segurança, quem faz é a polícia, mas precisa ter uma realidade para essa situação como a questão do investimento em câmeras com reconhecimento facial, agir em tempo real como acontece com o metrô”, disse Ferreira.

Para ele, também é necessário uma integração de todas as partes que atuam no combate à violência. “Nosso diálogo passa pelo comando da Polícia Militar, que tem feito um trabalho ostensivo muito bom se não a situação seria pior. Mas a coisa só vai andar se tiver um diálogo com todos. Por exemplo, a polícia militar tem prendido muitos delinquentes, mas às vezes solta no mesmo dia na audiência de custódia. A polícia vai, prende, e a Justiça solta”, finaliza o presidente, que também é vereador em Salvador.

Segundo a polícia, os números de assalto a ônibus em 2021 representam uma queda de 29,2%, se comparados com o mesmo período do ano passado (entre janeiro e julho). Em 2020, foram 1.034 casos. Procurada pela reportagem, a SSP-BA disse que o investimento em tecnologia de segurança é de responsabilidade das empresas que administram os coletivos e que entre os locais públicos que receberão o sistema de reconhecimento facial estão espaços com grande circulação, como estações de transbordo e pontos de ônibus.

“A Secretaria da Segurança Pública informa que coletivos são bens privados, logo, cabe às empresas investirem em tecnologia da segurança, mas reforça que a pasta já se colocou à  disposição dos consórcios que administram o sistema de transporte coletivo para consultorias sobre sistemas integrados  de combate a este tipo de crime”, disse em nota. (Bahia Notícias)