O decreto estadual que aumentou a presença de público nos estádios para 70% e autorizou a venda e consumo de bebida alcóolica não faz muito sentido para o secretário da Saúde de Salvador, Leo Prates. O gestor fez uma série de questionamentos, respeitosamente, como ele mesmo frisou, à equipe técnica da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab).

“Por que nós estamos com três mil pessoas em atividades de eventos e 70% da Fonte Nova com venda de bebida? Pensando no princípio da igualdade, equidade, que prevalece na Constituição Federal, se um produtor de eventos resolver alugar a Fonte Nova durante o Carnaval ele pode usar 70% da capacidade do estádio? Sim ou não? Se sim, por que as festas estão em três mil? Se não, qual é a justificativa epidemiológica da diferença do estádio?”, questionou Leo Prates nesta quinta-feira (11).

Como argumento, Leo ainda lembrou que no passado foi membro de uma torcida organizada do Esporte Clube Bahia (ECB). Segundo o secretário da Saúde, não há diferença entre uma festa e um jogo em relação ao comportamento do público. “Eu fui líder de torcida organizada, a gente se abraça, pula, qual é a diferença epidemiológica para um estádio liberado para 70% da capacidade com venda de bebida alcoólica para uma atividade de show e evento?“, indagou o titular da SMS.

Leo Prates ainda propôs que haja diálogo entre a prefeitura de Salvador, o governo do Estado e epidemiologistas para que se chegue a uma decisão sobre o Carnaval. A gestão municipal vem sendo cobrada sobre a definição da realização da festa, o governador Rui Costa (PT), por sua vez, reforçou o posicionamento contrário ao anúncio da realização da festa. Bahia Notícias