Dos 27 governadores que tomam posse ou permanecem no cargo a partir de janeiro de 2019, seis vão começar o mandato com uma situação fiscal considerada muito boa ou boa. O tamanho do desafio dos governadores foi mensurado por um estudo realizado pela Tendências Consultorias Integrada. Apenas os governadores de Amapá, Espírito Santo, Amazonas, Rondônia, Tocantins e Paraíba receberão as contas em boas condições.

 

A crise fiscal dos governos estaduais tem um impacto perverso e direto na vida do cidadão. São os estados que fornecem boa parte dos serviços básicos para a sociedade como educação, saúde e segurança pública. Hoje, sem folga no orçamento, boa parte das políticas públicas está sendo comprometida e, em alguns estados, o salário de servidores está atrasado.

 

“A situação dos estados é muito complicada”, diz o analista de contas públicas da Tendências, Fabio Klein. O levantamento teve a participação do economista Marcio Milan. Para avaliar a situação dos estados, os analistas deram notas de 0 a 10 com base em dados do Tesouro para seis indicadores das contas públicas: endividamento; poupança corrente, liquidez, resultado primário, despesa com pessoal e encargos sociais e investimentos.

 

Cada item recebeu um peso diferente e, em seguida, foi feita uma média para cada unidade da federação. Pelo levantamento, os estados com boa capacidade fiscal precisam ter nota média igual ou acima de 6. Com muito boa capacidade, a nota tem de ultrapassar 8 – o único a superar foi Amapá.

 

“Mas a minha experiência mostra que os dados do Amapá variam muito. É preciso olhar com um certo cuidado”, afirma Klein. No outro extremo, estão Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Esses são os Estados mais frágeis. “O Rio vai mal em quase todos os indicadores. O mesmo ocorre com Minas Gerais”, diz Klein.

Estados com a corda no pescoço — Foto: Infografia G1