O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) denunciou seis pessoas por homicídio triplamente qualificado nesta quinta-feira (17), pela morte de João Alberto Silveira Freitas. Em novembro Beto Freitas, um homem negro, foi agredido por dois seguranças brancos e morto em um supermercado Carrefour na cidade de Porto Alegre. O caso repercutiu no Brasil e no mundo, levantou discussões e foi tema e manifestações contra o racismo.

As seis pessoas vão responder por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa da vítima). As pessoas denunciadas são: os seguranças Giovane Gaspar da Silva e Magno Braz Borges; a funcionária que tenta impedir gravação Adriana Alves Dutra; o funcionário da empresa de segurança Paulo Francisco da Silva; os funcionários do mercado Kleiton Silva Santos e Rafael Rezende.

“Um homicídio triplamente qualificado, além do torpeza ligada ao preconceito racial, nós temos o uso do meio cruel que seria asfixia, além da agressão brutal e desnecessária, junto ao final com o recurso que dificultou a defesa, exatamente por essa superioridade numérica, sempre há impossibilidade de resistência da vitima, que vai a óbito após cinco minutos de manejo cruel por parte de seus agressores”, explicou o promotor André Martinez.

De acordo com o G1, o MP-RS também informou que instaurou três inquéritos civis: danos coletivos, direitos humanos e patrimônio público. “Somatório que, unido, somou nessa tragédia. Despreparo dos agentes de segurança, desprezo e desprestigio daquelas pessoas. Por isso, essa discussão fundamental do racismo estrutural. As pessoas esperam que, quando tenha racismo, as pessoas digam: ‘estou te matando porque tu és negro'”, disse o subprocurador para Assuntos Institucionais do MP-RS, Marcelo Dornelles.