A ordem inicial do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para integrantes da pasta nestes 100 primeiros dias de governo foi de “revisão”, conforme apurado pela Folha de S. Paulo. “É um trabalho que não aparece, mas organiza a casa”, disse o secretário-executivo substituto, Erno Harzheim. A orientação explica o fato da pasta seguir sem muito anúncios neste primeiros meses de governo.

Entre os pontos em discussão, está a reformulação no programa Mais Médicos, a elaboração de projetos para aumentar a cobrança da carteirinha de vacinação e a construção de um novo modelo de equipes da atenção básica.

A pasta pretende criar um terceiro turno de atendimento, que duraria até 22h em algumas unidades. Anunciada na última semana, a proposta foi bem recebida por representantes dos municípios, mas a aplicação ainda é vista com ressalvas por especialistas.

“É uma proposta importante, mas é possível que não saia do papel”, analisou o professor da Faculdade de Medicina da USP Mário Scheffer, que acredita que a medida pode ir de encontro a capacidade das prefeituras em manter a contrapartida de financiamento das equipes. “Foi o mesmo que ocorreu com as UPAs [unidades de pronto-atendimento], em que houve incentivo à abertura no passado, mas há várias hoje sem funcionar”, exemplificou.

A possibilidade de mudanças no programa Mais Médicos também gera preocupação. Inicialmente, secretários da pasta chegaram a anunciar que o programa seria extinto. Já o ministro da Saúde tem afirmado que a ideia é substitui-lo por um novo modelo, que seria centrado em áreas vulneráveis e distantes dos grandes centros. Foto: Agência Brasil