Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Os senadores que integram o chamado “G7” da CPI da Covid planejam a instalação de uma nova comissão, desta vez, para apurar supostas “rachadinhas” no gabinete de Jair Bolsonaro (sem partido), quando o presidente ainda era deputado federal. As informações são da coluna de Juliana Dal Piva, do UOL.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) protocolou ainda em julho um pedido para a instalação de uma CPI para apurar essa suposta entrega obrigatória de salários de ex-assessores. Na ocasião, o podcast “A Vida Secreta de Jair”, do UOL, e a coluna revelaram gravações de Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada de Bolsonaro, que indicam um envolvimento direto do presidente no esquema ilegal.

Em uma das gravações, Andrea afirma que Bolsonaro demitiu o irmão dela porque ele se recusou a devolver a maior parte do salário como assessor. “O André deu muito problema porque ele nunca devolveu o dinheiro certo que tinha que ser devolvido, entendeu? Tinha que devolver R$ 6.000, ele devolvia R$ 2.000, R$ 3.000. Foi um tempão assim até que o Jair pegou e falou: ‘Chega. Pode tirar ele porque ele nunca me devolve o dinheiro certo'”.

Ainda em julho, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, queria solicitar a convocação de Andrea, mas não conseguiu consenso no G7. A comissão chegou a aprovar a convocação de Ana Cristina Valle, irmã de Andrea e segunda mulher de Bolsonaro, para falar sobre sua relação com o lobista Marconny Faria que atuou pela Precisa Medicamentos, empresa investigada na aquisicão das vacinas Covaxin.

No entanto, a convocação dela nunca foi efetivada porque também faltou consenso no grupo majoritário da CPI. Ana Cristina só foi citada uma vez no relatório de Renan Calheiros, o relator da CPI, e foi justamente por sua relação de proximidade com Marconny. Ela, porém, não consta na lista de indiciados, apenas o lobista foi incluído junto com os indiciados do caso da Covaxin.