O juiz federal Sérgio Moro disse que o uso de algemas nas mãos e nos pés de investigados na Lava Jato não deverá se repetir. O entendimento do juiz está em um pedido de informações assinado no dia 26 de janeiro e enviado à 2ª instância da Justiça Federal, que deverá julgar um habeas corpus protocolado pela defesa do ex-governador Sérgio Cabral.

 

Há duas semanas, a Polícia Federal  usou algemas nas mãos e nos pés de Cabral durante a transferência dele de um presídio no Rio para o Complexo Médico-Penal de Pinhais, em Curitiba. Após a transferência, Moro cobrou explicações da PF, e a corporação informou que a medida foi necessária para garantir a segurança da operação.

 

Ao enviar as informações à segunda instância, o juiz Sérgio Moro disse que foi recomendado à Polícia Federal o cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que impede o uso de algemas sem necessidade. “Então, parece bastante improvável que episódio equivalente se repita, salvo talvez em circunstâncias muito excepcionais”, afirmou o juiz no documento segundo assinado em janeiro informações da Agência Brasil.

 

Ao transferir Sérgio Cabral para Curitiba, Moro atendeu a pedido do Ministério Público Federal (MPF), diante da constatação de regalias ao ex-governador em um presídio no Rio de Janeiro. Após chegar a Curitiba, Cabral foi transportado com algemas nas mãos e nos pés, e na parte traseira da viatura da PF. Além disso, as algemas das mãos estavam presas a um cinto, impedindo a livre movimentação dos braços. O ex-governador é réu em 20 processos e está preso preventivamente por acusações de corrupção.