Somente neste ano, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) recebeu a notificação de oito casos da Doença de Haff, nos municípios de Alagoinhas, Simões Filho, Maraú, Mata de São João e Salvador. Até o momento, dois casos foram descartados e seis permanecem em processo de investigação.
No último sábado (21), a prefeitura de Alagoinhas informou que três pessoas foram diagnosticadas com a doença depois de terem consumido o peixe badejo. Entre os três pacientes, uma mulher já recebeu alta médica. Há um homem em observação na enfermaria do Hospital São Rafael enquanto outro homem está na Unidade de Terapia Intensiva do mesmo hospital. Apesar de estar na UTI, seu quadro de saúde seria estável.
De acordo com a diretora da vigilância epidemiológica da Bahia, Márcia São Pedro, “os alimentos são encaminhados para análise laboratorial em um centro de referência e aprofunda-se a investigação, pois os pacientes podem apresentar rabdomiólise por outras causas”, explica.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Alagoinhas (Sesau) recomendou que a população evite consumir peixes e crustáceos cuja origem, transporte e armazenamento sejam desconhecidos. Os peixes citados pela Sesau são tambaqui, badejo, arabaiana, além de crustáceos como lagosta, lagostim, camarão “com estado de conservação duvidoso”.
“Quando o peixe não é acondicionado da maneira mais adequada, ele cria uma toxina sem cheiro e sem sabor que pode provocar a destruição das fibras musculares esqueléticas e liberar elementos no sangue, ocasionando danos no sistema muscular e em outros órgãos como os rins”, informa a prefeitura de Alagoinhas.
Em 2020 foram notificados 45 casos, sendo que 40 foram confirmados, nos municípios de Salvador, Feira de Santana, Camaçari, Entre Rios, Dias D’Ávila e Candiba. Em 2021, foram notificados 8 casos nos municípios de Alagoinhas, Simões Filho, Maraú, Mata de São João e Salvador. Até o momento, dois casos foram descartados e seis permanecem em processo de investigação.
Os sintomas costumam aparecer entre 2 e 24 horas depois do consumo. Os mais comuns são extrema rigidez muscular de forma repentina, dores musculares, dor torácica, dificuldade para respirar, dormência, perda de força por todo o corpo e urina cor de café. Em caso de suspeita, a orientação é procurar imediatamente uma unidade de saúde. (Correio da Bahia)