Uma vizinha da fábrica clandestina de fogos de artifício que explodiu em Crisópolis, sobreviveu ao acidente e contou o momento de pânico que viveu junto com o filho de 1 ano. Duas pessoas morreram por causa da explosão. Identificada pelo prenome Patrícia, ela teve apenas escoriações leves nos pés. A dona de casa contou que o companheiro havia saído para trabalhar e ela estava sozinha com o filho, o pequeno Antony. No momento do acidente na fábrica, ela deixava a criança no único cômodo da casa dela que ficou de pé.

“Eu imaginei que fosse um carro, um caminhão. Porque como aqui é perto de uma BR, às vezes passam carretas. Não é que passem em alta velocidade, mas eu achei que alguém tivesse perdido o controle de um carro e tivesse batido lá em casa. Só que, quando eu ouvi o segundo estrondo e o terceiro, um atrás do outro, as coisas caindo, blocos, tijolos, a casa desmoronando, eu percebi que era uma explosão”.

“Eu vi as pessoas correndo para acudir o pessoa do lado e só agradeci a Deus. Olhei para ele [filho], vi que estava bem, eu estava bem também, só com os arranhões. Triste mesmo foi ver gente perder a vida, porque quem perdeu a vida não tem como voltar”.
Além da fábrica clandestina, o local também funcionava como uma casa de venda de fogos de artifício. Os bombeiros e a polícia informaram que o dono do estabelecimento não tinha alvará de venda nem de fabricação do material.

O proprietário é um idoso de 81 anos, que está preso desde a tarde de quarta-feira (14), quando a explosão aconteceu. Ele, que foi identificado como Paulo Souza, é pai de Ebervan Souza Reis, de 49 anos, que morreu no local. A esposa de Ebervan, Fernanda Santana Batista, 35, foi a segunda vítima a morrer na explosão.

Os corpos dos dois foram encontrados em meio aos escombros. A filha do casal, Talia Batista Reis, está internada na ala de queimados do Hospital Geral do Estado (HGE). Não há detalhes do estado de saúde dela. Além das duas vítimas mortas, outras três pessoas foram resgatadas dos escombros, mas com vida. No total, ao menos 10 pessoas ficaram feridas na explosão. G1