“Não estou conseguindo dormir. Não sei como vai ser minha vida daqui pra frente. Não tenho nem mais nenhuma lágrima pra chorar”, esse é o relato de Jorge Luiz Santos da Paixão, pai da menina de 11 anos, morta na quarta-feira (24), após ser baleada durante uma ação policial no localidade Paz e Vida, no bairro Jardim Santo Inácio, em Salvador.

 

Geovanna Nogueira da Paixão foi enterrada no início da tarde desta sexta-feira (26), no Cemitério Municipal de Paripe, no subúrbio de Salvador, sob forte comoção. Amigos e familiares da menina acompanharam a despedida. Eles levaram cartazes com pedido de Justiça e também vestiram camisas com a foto da garota.

 

As crianças que foram ao enterro levaram balões brancos e pretos, onde estavam escrito: “Geovanna, luto”. Alguns cartazes traziam frases como: “Menos bala, mais amor”, “Imprudência não é acidente, é crime”. A avó da menina, Valdete Jesus, acompanhou o sepultamento e chegou ao cemitério amparada por amigos e familiares. “O sangue da minha menina ficou marcado lá. Está difícil porque eu nunca vou esquecer o que aconteceu”, desabafou.

 

“Eu vou ter que juntar cada pedacinho do meu coração porque ele está despedaçado”, concluiu segundo informações do G1. Para o avô de Geovanna, ficaram as boas lembranças da neta e a preocupação com o irmão mais novo da menina, um garoto de cinco anos.

 

“Era uma menina carinhosa, cheia de vida e amor. O irmãozinho pergunta por ela e a gente diz que tá no céu. Ontem a lua estava linda, olhamos para o céu e dizemos a ele: 'Sua irmã está morando lá, olha'. Aí ele ficou rindo. Acho que não entende muito, mas sente falta, né?”, disse Francisco.